O encontro
vivo com Jesus Cristo nos liberta de todas as amarras | 400 | 04.07.24
| Mateus 9,1-8
Jesus volta à Galileia e à sua cidade, depois de
uma breve incursão humanitária e missionária em território pagão, onde sua ação
emancipadora foi mal recebida pela população, que preferiu ficar com as
migalhas de segurança do império romano a fazer a travessia para a liberdade e
a autonomia. Também na Galileia, em sua terra e entre os seus, sua ação
libertária causa desconforto, divisão e polêmica. Entende-se, por isso, que Jesus
seja seguido e vigiado de perto pelos mestres da lei, tanto os enviados pelo templo
como os que viviam na região.
Eis que um homem paralítico e, por isso, em
situação de marginalização social e religiosa, é levado por seus familiares e
vizinhos à presença de Jesus. Para tanto, seus amigos superam diversas
barreiras e, no incansável empenho deles, Jesus reconhece o dinamismo e a força
da fé que os move, acolhe com ternura o paralítico chamando-o de filho. Como
Jesus conhece a estreita relação que a cultura estabelece entre enfermidade e
pecado, começa sua intervenção removendo ou perdoando o pecado, e conclui
mandando que ele se levante e caminhe, emancipado e autônomo.
Os representantes da elite religiosa, que se
manifesta pela primeira vez no pensamento e no protesto dos mestres da lei,
acusam Jesus de estar usurpando o poder de Deus e, por isso, blasfemando contra
Deus. Eles se consideram os únicos intérpretes autorizados da lei e defensores
exemplares da ortodoxia. Como leu o que motivou a ação das pessoas que levaram
o paralítico até ele, Jesus também lê os pensamentos dos seus opositores, e os
acusa de pensar e tramar o mal, de estarem, com essa atitude, se afastando da
vontade de Deus.
Como enviado e
comissionado pelo Pai, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão
e da cura. Ele passa do perdão – ação interior, cujos frutos não são visíveis –
à cura, que é o lado visível da mesma ação. O evangelista diz que, diante do
que viu, o povo ficou com medo (temor ou trepidação frente a um claro sinal da
presença de Deus) e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus
discípulos (“aos homens”). É claro que nessa nota de Mateus, ressoa também a
experiência já consolidada da comunidade cristã, que, décadas depois, continua
fazendo o que aprendeu de Jesus.
Meditação:
· Contemple a cena passo a passo, palavra por palavra,
gesto por gesto, e deixe-se envolver nela
· O que o gesto e as palavras de Jesus significam
para você, na situação em que vive hoje na Igreja e na sociedade?
· Quais são as pessoas em dificuldade que você
ajudou a “carregar” até Jesus para que pudessem reencontrar a vida?
· Quem são as pessoas que continuam conduzindo
você a um encontro vivo e revitalizador com Jesus?
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