Os homens e mulheres justos dão bons frutos,
mesmo na velhice | 422 | 26.07.24 | Mateus 13,16-17
Estes dois versículos fazem parte do diálogo
catequético e formativo de Jesus com seus discípulos. O objetivo de Jesus é
explicar as razões que o levam a falar em parábolas, especialmente quando se
dirige às autoridades religiosas e ao povo. Mas, na liturgia de hoje, este
breve trecho do evangelho segundo Mateus ilumina a festa de São Joaquim e
Sant’Ana, pais de Maria e avós de Jesus.
As parábolas tratam, antes de tudo, do mistério do Reino de Deus, por
vontade de Deus acessíveis prioritariamente aos “pequenos”, aos pobres e humildes
do Senhor. Como as crianças e vulneráveis, são eles os mais aptos a entender e
acolher o Reino de Deus como graça e tarefa. Ver e ouvir o que Jesus faz e diz
significa discernir a presença de Deus nos acontecimentos e na ação de Jesus.
Pelos capítulos que antecedem estes versículos, sabemos que as
lideranças do judaísmo rejeitaram o ensino e a ação libertadora de Jesus. Eles
escutaram sem entender e viram sem aceitar. Tendo um coração torpe, fecharam os
ouvidos e os olhos para não se converterem. Por outro lado, aqueles que acolhem
o ensino de Jesus e o seguem são realmente felizes, alcançaram uma vida cheia
de brilho e de vigor.
Isso não é frustração nem acaso, mas fruto do querer de Deus. A condição
das pessoas que, entendendo e acolhendo a mensagem do reino de Deus, a vivem e
anunciam, é a mesma, ou ainda superior, à dos justos e profetas do Antigo
Testamento: eles quiseram ouvir, mas não conseguiram, quiseram ver, mas não
alcançaram. Assim são os discípulos missionários de todos os tempos.
A liturgia de hoje nos leva a entender que Joaquim e Ana, pais de Maria
e avós de Jesus, fazem parte daqueles justos e profetas que, vivendo a
esperança da vinda do Messias e fazendo o que estava ao alcance para que isso
acontecesse, desejaram ver e ouvir, mas não conseguiram.
E nós celebramos a memória destes santos como Dia dos Avós e dos Idosos.
A propósito, vale a pena recordar o que diz salmista: “O justo florescerá como
a palmeira, crescerá como o cedro que há no Líbano. Mesmo no tempo da velhice
darão frutos, serão cheios de seiva e verdejantes”. Que o Bom Deus conceda essa
graça aos nossos idosos e idosas.
Meditação:
· Leia atentamente, sem pressa, palavra por
palavra, estes dois breves versículos nos quais Jesus elogia os verdadeiros
discípulos/as
· Somos capazes de ver, reconhecer e alegrar-nos
com os sinais do reino de Deus nas pessoas e acontecimentos simples e frágeis?
· Somos capazes de ver e reconhecer na sabedoria afetuosa
e no amor terno e vulnerável dos avós sinais da bondade de Deus?
· Alegramo-nos de verdade com esta dinâmica do
reino de Deus, e como isso transparece naquilo que fazemos e anunciamos?
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