A quantas anda a nossa adesão a Jesus Cristo?
929 | 16 de dezembro de 2025 | Mateus 21,28-32
Os versículos do evangelho que meditamos na liturgia de hoje
ressoam em nossos ouvidos e orientam nossos passos em pleno caminho do advento.
Jesus continua no mesmo lugar (o templo) no qual o encontramos ontem e a
discussão prossegue com os mesmos interlocutores: a elite religiosa e social
(chefes dos sacerdotes e anciãos). A menção a João Batista e o tempo litúrgico
de Advento que vivemos dão conotações especiais a esta passagem.
Esta é
a primeira de três parábolas que Jesus dirige à elite religiosa que o persegue,
nas imediações do templo, destino de todas as romarias populares, em Jerusalém.
Jesus começa sua discussão profética com uma pergunta, convocando os
interlocutores a tomarem posição. E, depois de propor a parábola, ele mesmo
propõe uma primeira interpretação. A ênfase está colocada claramente na figura
do pai e na prática concreta da sua vontade. É em relação a isso que as figuras
dos dois filhos se contrapõem.
Os
dois filhos mencionados na parábola são personagens que correspondem, por um
lado, aos pecadores, que aceitam a pregação de João Batista e de Jesus e se
tornam discípulos, e, por outro lado, à elite religiosa, que se fecha tanto a
João como a Jesus. Ambos são chamados a trabalhar na vinha. Um se nega, mas depois
vai; o outro responde positivamente, e depois não faz nada. A própria
interpretação que Jesus oferece sobre a parábola não deixa dúvidas. Convocados
a emitir um juízo sobre a atitude contrastante dos personagens, os sacerdotes e
anciãos se autocondenam.
A
sentença de Jesus é clara e provocadora: os cobradores de impostos e as
prostitutas (dois grupos sociais catalogados pelos judeus piedosos e
controladores do templo entre os piores pecadores) precedem (no presente!) a
elite religiosa no Reino de Deus, porque aceitaram o caminho da justiça e da
conversão pregado por João. A elite, em vez disso, não acreditou em João, e,
nem mesmo vendo o testemunho dele, mudou de atitude.
Nossa adesão à vontade do Pai, expressa na
vida e na pregação de Jesus Cristo, deve ser firme e duradoura, e deve ser
demonstrada em ações concretas. Trata-se de um “caminho de justiça”, ou seja,
de ação coerente com a pauta de justiça, solidariedade e transformação posta em
movimento pelo Reino de Deus. Nossa adesão ao espírito natalino é coerência com
o Evangelho de Jesus, e não pode se resumir a belos cânticos e palavras
bonitas.
Sugestões para a
meditação
· Releia
atentamente a parábola e a interpretação que o próprio Jesus dá a ela,
chamando-nos a um caminho de justiça
· Será que às vezes
também nós estaríamos reduzindo a fé a puras intenções, palavras e promessas?
· Será que também
hoje, nós, que animamos nossas Igrejas, não estaríamos sentindo-nos melhores e
superiores que os outros?
· Será que a adesão
ao Evangelho e a mudança de vida de muitas pessoas pobres e incultas não nos
chamam a uma mudança?
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