Indonésia: a
primeira missão ad gentes dos MSF (2)
No dia 1° de janeiro de 1968 foi
criada oficialmente a Província de Java dos Missionários da Sagrada Família.
Mas a presença na Indonésia – primeiro em Kalimantan e mais tarde em Java – já
tinha uma longa história. Para marcar o aniversário desta Província viva e
dinâmica, publico algumas notas escritas pelo Pe. Wim van der Weiden, MSF de
origem holandesa, há mais de 40 anos em Java e nacionalizado indonesiano. O
texto completo está publicado no livro Um tesouro escondido (Editora IFIBE, 2009, p. 127-154).
Centro para a formaçao familiar (Jakarta, Provincia de Java) |
A II Guerra Mundial causou muitas perdas
pessoais. Em Borneo vários padres foram mortos pelos soldados japoneses, e
alguns padres e Irmãos morreram nos campos de concentração japoneses. Depois da
guerra uma porção de novos missionários foram enviados à Indonésia para
continuar o trabalho em Kalimantan e em Java. Durante a
guerra todos os missionários fr uma região tinham sido levados aos campos de
concentração, e uma grande região de Borneo se tornou católica pela ação
missionária de leigos javaneses! Deus não precisa dos nossos planos para agir.
Desde 1953, todos os anos um ou mais jovens
que tinham terminado o curso de ensino médio no seminário menor da arquidiocese
de Semarang pediam para continuar os estudos com os Missionários da Sagrada
Família, com a intenção de entrar em nossas fileiras. Nos três primeiros anos
foram mandados à Holanda, onde fizeram o noviciado e depois estudaram no
escolasticado. Em 1956 a
região de Java abriu o noviciado próprio e a seguir também o escolasticado em Yogyakarta. Em Kalimantan /Borneo
se passava a mesma coisa, só em número menor do que em Java. As casas de
formação – noviciado e escolasticado – para as duas Províncias estavam sediadas
em Java (Salatiga e Yogyakarta).
Na década de 1960, por causa de problemas políticos,
os missionários holandeses foram proibidos de entrar na Indonésia. Então
fizeram um acordo com os alemães em que eles, holandeses, iriam para o Brasil e
em contrapartida os alemães iriam para Kalimantan, acompanhados dum grupinho de
poloneses.
O relacionamento entre as duas Províncias
indonesianas não acontecia somente por meio das casas de formação, que recebiam
os estudantes de ambas, mas também no ministério missionário. Desde 1975
existem membros provenientes da Província de Java trabalhando em Kalimantan,
continuando a atividade dos missionários estrangeiros que já não vão mais para
lá. Os missionários da Província de Java que trabalham em Kalimantan são
atualmente cerca de quinze, entre os quais estão três dos quatro bispos
indonesianos MSF. Para a Província de Java, Kalimantan é uma região missionária
“doméstica”.
Podemos ainda destacar que na década de 1970
as Províncias da Indonésia começaram a dar atenção especial à formação de seus
membros. Uma porção de jovens padres de Kalimantan e mais ainda de Java, foram
ao exterior especializar-se nalgum ramo científico. Aos poucos os Missionários
da Sagrada Família foram assumindo postos mais importantes na Igreja da
Indonésia. Antes estavam preparados apenas para exercer a pastoral. Depois, com
vários deles formados e especializados em diversas áreas, foram sendo chamados
para exercer funções e tarefas importantes, na Igreja, na Conferência Nacional
dos Bispos, no campo científico e especialmente no apostolado da família que,
na Indonésia, aos poucos foi se tornando especialidade da Congregação.
Uma capela da missão da Prov. de Java em Tarankan |
No início da década de 1990 as duas
Províncias da Indonésia começaram a mandar missionários para o exterior. Os
primeiros enviados foram para Papua Nova Guiné ajudar nossos coirmãos poloneses
que entrementes tinham recebido a missão na Europa Ocidental. Depois um
missionário da Província de Java foi mandado a Madagascar. A cooperação entre
as Províncias indonesianas e Madagascar abriu a possibilidade de um intercâmbio
entre os escolásticos das três Províncias a fim de fazerem o ano de estágio
pastoral fora da própria Província.
A instituição da nova Província Eclesiástica
de Kalimantan criou uma situação toda especial para os MSF, porque a dita
Província Eclesiástica profundamente marcada pela atuação dos Missionários da
Sagrada Família: o arcebispo de Samarinda e os bispos de Banjarmasin, de
Palangkaraya e de Tanjung Selor são todos Missionários da Sagrada Família.
Graças ao crescimento rápido que tiveram nos
últimos anos, as duas Províncias indonesianas têm agora cerca de duzentos
religiosos: um terço pertence à Província de Kalimantan e dois terços à de
Java.
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