Stéphane Hessel, autor de Indignai-vos! |
Elogio à brevidade
No dia 9 de janeiro de 1776 foi publicado, na
Filadélfia, a primeira edição de Senso
comum.
Thomas Paine, o autor, assegurava que a independência (dos
Estados Unidos) era uma questão de bom-senso contra a humilhação colonial e a
ridícula monarquia hereditária, que tanto podia coroar um leão como um burro.
Esse livro de quarenta e oito páginas circulou mais
que a água e o ar, e foi um dos pais da independência dos Estados Unidos.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels escreveram as
vinte e três páginas do Manifesto
comunista, que começava advertindo: “Um fantasma percorre a Europa...” E
essa acabou sendo a obra que mais influenciou as revoluções do século XX.
E vinte e seis páginas tinha a exortação à indignação
que Stéphane Hessel divulgou no ano de 2011. Essas poucas palavras ajudaram a
desatar terremotos de protestos em vrias cidades.
Milhares de indignados invadiram as ruas e as praças,
durante muitos dias e noites, contra a ditadura universal dos banqueiros e dos
guerreiros.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 23)
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