Em 1918, em Moscou, em plena efervescência
revolucionária, Anatoli Lunacharski encabeçou o tribunal que julgou Deus.
Uma bíblia foi colocada no banco dos réus.
Segundo o promotor, Deus havia cometido, ao longo da
história, numerosos crimes contra a humanidade. O advogado da defensoria pública
alegou que Deus era inimputável, porque padecia de demência grave; mas o
tribunal o condenou à morte.
No amanchecer do dia 17 de janeiro de 1918, cinco
rajadas de metralhadora foram disparadas contra o céu.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012, p.
31)
Nenhum comentário:
Postar um comentário