No dia 11 de
janeiro de 1960 morria no mosteiro que ele mesmo havia fundado em 1925 Lambert
Beauduin, monge beneditino e pioneiro do movimento litúrgico e do movimento
ecumênico na Igreja católica.
Beauduin nasceu em
Rousoux-lès-Waremme, Bélgica, em 1873. Ordenado presbítero aos 26 anos, foi
encarregado da pastoral dos trabalhadores. Logo se deu conta de que, para
superar a distância que se havia criado entre o culto da Igreja e a vida
cotidiana do povo, era necessária uma profunda e eficaz reforma da liturgia
católica.
Em 1906, Beauduin
decidiu tornar-se monge. Ingressou no mosteiro beneditino de Mont-César, e em
poucos anos se tornou a principal referência do nascente movimento lirúrgico,
mediante a fundação de revistas e a elaboração de textos fundamentais para o
futuro da reforma.
Foi através da
liturgia que Dom Beauduin se aproximou do ecumenismo, tornando-se um profundo
conhecedor das Igrejas orientais. Acolhendo um pedido de Pio XI, em 1925 ele
deu vida ao Mosteiro da União, que em
1939 foi transferido a Chevetogne. A missão deste mosteiro era promover a plena
comunhão entre as Igrejas.
Beauduin entendia a
busca da união entre os cristãos à luz do conhecido ditado: “Igrejas unidas a
Roma, mas não assimiladas a Roma”. Por causa dessa sua visão e por outras
posturas evangélicas assumidas no campo litúrgico, Beauduin foi condenado pelo
tribunal eclesiástico e forçado a um longo exílio no mosteiro beneditino de En
Calcat. Somente em 1951 ele pode voltar a Chevetogne.
Não obstante a
condenação eclesiástica das suas posições, publicadas em 1931, o papa João
XXIII declarou, por ocasião do Concílio Vaticano II, que o único verdadeiro
método de trabalho orientado à unificação da Igreja era aquele praticado por Beauduin.
(Comunità de Bose, Il libro dei testimoni,
San Paolo, Milano, 2002, p. 55-56)
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