sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fatos & Personagens: Lambert Beauduin


Lambert Beauduin

No dia 11 de janeiro de 1960 morria no mosteiro que ele mesmo havia fundado em 1925 Lambert Beauduin, monge beneditino e pioneiro do movimento litúrgico e do movimento ecumênico na Igreja católica.

Beauduin nasceu em Rousoux-lès-Waremme, Bélgica, em 1873. Ordenado presbítero aos 26 anos, foi encarregado da pastoral dos trabalhadores. Logo se deu conta de que, para superar a distância que se havia criado entre o culto da Igreja e a vida cotidiana do povo, era necessária uma profunda e eficaz reforma da liturgia católica.

Em 1906, Beauduin decidiu tornar-se monge. Ingressou no mosteiro beneditino de Mont-César, e em poucos anos se tornou a principal referência do nascente movimento lirúrgico, mediante a fundação de revistas e a elaboração de textos fundamentais para o futuro da reforma.

Foi através da liturgia que Dom Beauduin se aproximou do ecumenismo, tornando-se um profundo conhecedor das Igrejas orientais. Acolhendo um pedido de Pio XI, em 1925 ele deu vida ao Mosteiro da União, que em 1939 foi transferido a Chevetogne. A missão deste mosteiro era promover a plena comunhão entre as Igrejas.

Beauduin entendia a busca da união entre os cristãos à luz do conhecido ditado: “Igrejas unidas a Roma, mas não assimiladas a Roma”. Por causa dessa sua visão e por outras posturas evangélicas assumidas no campo litúrgico, Beauduin foi condenado pelo tribunal eclesiástico e forçado a um longo exílio no mosteiro beneditino de En Calcat. Somente em 1951 ele pode voltar a Chevetogne.

Não obstante a condenação eclesiástica das suas posições, publicadas em 1931, o papa João XXIII declarou, por ocasião do Concílio Vaticano II, que o único verdadeiro método de trabalho orientado à unificação da Igreja era aquele praticado por Beauduin.

(Comunità de Bose, Il libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 55-56)

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