“Levanta com força a tua voz, tu, que traz a boa nova
a Jerusalém, ergue a voz, não temas!...” (Is 40,9)Qual é esta boa notícia,
nestes apaixonantes e dolorosos tempos de espera e construção? Certamente não é
a advertência de que o ser humano é como capim e flor, que murcham com o soprar
do vento quente – por mais que isso seja parte da verdade! Ao lembrar da
condição vulnerabilidade do ser humano, o profeta o faz para sublinhar que a
Palavra de Deus não é assim, ela permanece para sempre, não tem prazo de
validade, pois Aquele que promete é fiel. Ele está sempre vindo, e seu reino
está se aproximando inexoravelmente em humildes e promissores sinais. “Como um
pastor ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e
carrega-os no colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães...” Se temos um caminho a
preparar, torrões a aplainar e colinas a rebaixar, asperezas a alisar e curvas
a endireitar, é para eliminar os obstáculos que impedem o parto de uma
humanidade reconciliada, para abrir largas avenidas para que chegue o Filho do
Homem, vitorioso na sua encarnação solidária e na sua cruz redentora. Ou melhor, na bela imagem do
novo testamento: para que o pastor possa caminhar com agilidade ao encontro da
amada ovelha que se desgarrou e corre risco de vida, para que nenhum dos seus
pequeninos se perca. “Caminhos abertos, olhares libertos e mãos fraternais...
Amando a justiça, vencendo a cobiça, nós somos iguais”, diz a canção. Abramos nossos
lábios em prece: “Deus, que manifestastes o vosso salvador até os confisn da
terra, dai-nos esperar com alegria a glória do seu natal.” (Itacir Brassiani msf)
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