“Vem, Senhor, não tardes mais! Vem saciar nossa sede
de paz!” Há tempos o Pe. Zezinho nos lembra que “palavras de salvação, somente
o céu tem pra dar”. E o Advento é um tempo em que silenciamos para escutar e acolher
esta Palavra, permitindo que ela se faça carne em nós, no nosso tempo, no nosso
mundo. E hoje, esta Palavra que só o céu tem pra dar nos fala de raiz e de
broto, de gente pequena e humilde, cheia do Sopro divino, que não julga pelas
aparências nem só por aquilo que ouve nas esquinas; que, mesmo a seu modo e com
infinitas limitações, promove a justiça para os humildes e uma ordem justa para
os pacíficos. E a Palavra que vem do céu asasegura que, através destes pequenos
brotos e restos, o mundo inteiro está se transfigurando de modo discreto mas
definitivo: lobo e cordeiro comendo juntos, bezerro e leão no mesmo pasto, leopardo
e cabrito descansando como dois amigos dedpois de uma longa jornada, vaca e
urso pastando lado a lado, crianças brincando com serpentes... Haja sonho e
esperança! Mas o próprio Jesus exulta e salta de alegria ao contemplar sinais
de que isso se torna concreta verdade na ação missionária dos seus humildes
elimitados discípulos. Gente, a utopia e a libertação não são coisas de um
passado distante, mas fermento secreto e auspicioso fecundando a história que
percorremos e tecemos nos belos e conturbados dias que nos é concedido viver! Felizes
os olhos que vêem o que ousamos ver e os ouvidos que sintonizam com tão loucos
sonhos! Quanta gente morreu e morre de desgosto e desilusão, sem poder ver o
que nos é dado ver, sem ouvir o que nos é dado ouvir... “Vem, Senhor, não
tardes mais! Vem saciar nossa sede de paz!” (Itacir Brassiani msf)
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