1.
As
vivências da infância
Este é o
ponto de partida: tomar em consideração a relação mãe-filho e as primeiras
perdas. Entre mãe-filho, a primeira relação é de aceitação ou não-aceitação por
parte da mãe, o que proporciona à criança o sentimento básico de segurança ou
de insegurança. A relação se inicia já no seio materno e se prolonga por anos e
anos. O inconsciente também faz seus raciocínios... “Mamãe me aceita!... Eu
aceito mamãe!... Logo, as pesssoas se aceitam...” E tem a questão das primeiras
perdas. Algumas são inevitáveis, mas o modo como assimilamos estas pardas marca
o futuro das nossas relações pessoas.
2. Capacidade
de aceitação
Em
primeiro lugar, trata-se de aceitar a nós mesmos, assim como
somos: a corporeidade, os impulsos agressivos, as pulsões sexuais, o instinto
de conservação, etc. A falta de aceitação leva à dificuldade de reconhecer as
próprias capacidades positivas e a valorizar mais os aspectos negativos.
A auto-aceitação
é condição para servir com liberdade. Assim, a atitude de serviço não se torna
compra de afeto ou de prestígio, nem busca de auto-afirmação, de estima ou de
apreço de outros, ou seja: obsessão por ser bem visto ou bem falado. Em geral,
a intransigência, a rigidez nos hábitos, princípios e idéias, assim como o
ativismo exagerado, são uma espécie de compra de hétero-valorização. Tudo por
causa da falta de auto-aceitação.
Todos
temos aspectos de nós mesmos que não aceitamos. Às vezes são aspectos
irrelevantes, mas os transformamos numa espécie de elefante negro... Entre os
caminhos de superação deste problema estão a tomada de consciência disso,
fazendo a verdade sobre si mesmo. É preciso aceitar a verdade, aceitar a
realidade, a minha realidade!
Em
segundo lugar, trata-se de aceitar os outros, especialmente os
integrantes da própria família. Além de aceitar as pessoas, precisamos aceitar também a realidade assim como ela é, por exemplo: o tempo, a idade, o
clima, o lugar, a casa, a saúde, o sexo, o povo, etc.
Por fim,
é preciso também aceitar o plano de Deus sobre mim. Sou livre, e posso até ser
infiel a Deus!... Sendo infiel a mim mesmo, aos dons que recebi, ao que meu ser
profundo aspira viver, poderei estar de bem comigo mesmo e com a vida? Quanta
gente é infeliz no mundo, e mesmo na Vida Religiosa, só porque não aceita viver
o plano de Deus a seu respeito!...
3. Capacidade
de insight
Na
psicologia, insight designa a
compreensão repentina – um lampejo, um estalo – e em geral intuitiva de suas
próprias atitudes e comportamentos, de um problema ou situação. Trata-se da
capacidade de perceber-me, sentirme; dar-me conta do que se passa em mim,
daquilo que tumultua ou bloqueia o meu relacionamento em geral.
Há
pessoas que se percebem, que percebem sua própria realidade. Algumas se
percebem um pouco. E há também aquelas que nada percebem de si mesmas, que não
se flagram que são elas mesmas que causam distúrbios, que são antissociais, uma
espécie de vândalos na família e nos grupos humanos... As pessoas que “não se
enxergam” vivem criando problemas mas jogam a culpa nos outros... Tais indivíduos
infelizmente não são aptos para viver a Vida Religiosa ou Matrimonial, pois não
têm as condições necessárias para um relacionamento interpessoal normal.
4. Capacidade
de elaboração e superação
O
organismo humano tem a capacidade de elaborar os alimentos e a pessoa humana
pode e deve elaborar “as coisas da vida”. Em nossa vida acontecem confrontos,
perdas, frustrações, desencantos, revoltas, raivas, ódios, etc. Se não houver
elaboração de determinado fato, depois de anos e anos ainda estaremos
infelizes, sem conseguir evoluir. O relacionamento será truncado! A vida
precisa ser repescada, repensada, reassumida, reconstruída...
Pe. Rodolpho Ceolin msf
Reflexão
sem data, ordenada ao auto-conhecimento e à auto-ajuda.
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