“Mãe do céu, morena! Senhora da América Latina, de
olhar e caridade tão divina, de cor igual à cor de tantas raças...” Assim começa
o refrão da bela canção que o Pe.
Zezinho compôs para celebrar Nossa Senhora de Guadalupe. Como diz Paulo (cf. Gl
4,4-7), ela é a mulher do tempo previsto, do tempo maduro, aquela que, por
graça, joga o patriarcalismo no lixo e concebe sem a ajuda da prepotência do
macho; a nova Mãe dos Viventes, que nos abre a porta da filiação adotiva; a
Visitadora incansável, em cujos pés ligeiros brilha a alegre Boa Notícia. Sua
presença com rosto de índio, no início da violenta ocupação européia deste
continente e seus povos, não foi uma visita eventual. Desde sempre ela sobe
montanhas e encurta caminhos para chegar onde quer que haja dor e esperança,
como na casa de Isabel, que vivia entre a alegria e o medo. E onde ela chega,
corpos se encontram, braços se enlaçam, vozes se soltam, hinos libertários
ressoam incontinentes, e os pequeninos saltam de alegria mesmo sem saber
exatamente o que está acontecendo. Nela sabemos que acreditar nos sinais que
Deus vem semeando desde sempre em favor dos pequenos e através deles é a maior
felicidade que alguém pode experimentar. E então, a descoberta da nossa
dignidade nos confirma em nossa pequenês e exalta Deus, pois só ele é grande: nem
o marido, nem o papa, nem o padre, o governador ou a presidenta, nem a própria
Maria estão acima daqueles que recebem o dom de crer, de ser, de amar. “Virgem
tão serena! Senhora destes povos tão sofridos, patrona dos pobres e oprimidos,
derrama sobre nós as tuas graças!”(Itacir
Brassiani msf)
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