“Vem, Senhor, não tardes mais! Vem saciar nossa sede
de paz!” No dia em que celebramos a memória do grande missionário - um dos
maiores dos tempos modernos - São Francisco Xavier, esta prece adquire novos
horizontes e se torna ainda mais insistente. A santa Palavra nos dá a entender
que a sede de paz, que suscita os missionários e missionárias e queima sua alma,
é sustentada por entranhas de compaixão. É ela que nos torna inquietos e
insatisfeitos enquanto todos os seres humanos não forem acolhidos na mesa farta
de pão saboroso, de carnes suculentas e de vinhos inebriantes (para não falar
de arroz, feijão, mandioca, massas, cerveja e cachaça...) O profeta Isaías
recorre à repetição, para que fique claro o que Deus prepara: “O Senhor dos
exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de
ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais
finos vinhos. O Senhor Deus eliminará para sempre a morte, e enxugará
as lágrimas de todas as faces, e acabará com a desonra do seu povo em
toda a terra.” O que Jesus faz nas margens do mar da Galiléia é exercitar este
divino ministério da compaixão, mostrando que a promessa de Deus não quer
permanecer promessa. Ele não se conforma em despedir alguém com fome e interroga
pelas nossas reservas de pão e de outros bens. É assim – acolhendo, curando e
empoderando o povo sofredor, e não manipulando os sentimentos dos pobres e
carentes, ou borifando água benta os interesses dos ricos – que as Igrejas de
Jesus podem suscitar legítimos louvores a Deus. Este é o caminho e a meta da
missão. Advento é espera ardente e comprometida da compaixão redentora e da
solidariedade recriadora, caminho discreto mas seguro da abundância a serviço
de todos. “Vem, Senhor, não tardes mais! Vem saciar nossa sede de paz!” (Itacir Brassiani msf)
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