“Vem, Senhor, não tardes mais! Vem saciar nossa sede
de paz!” Outra vez o profeta Isaías! Começamos a semana ouvindo dele um convite
irrecusável: “Vamos subir ao monte do Senhor, para que ele nos mostre seus
caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos.” E prometia que os povos
haveriam de transformar suas espadas em arados e suas lanças em foices, e não
levantariam armas uns contra os outros (cf. Is 2,1-5). Haja sonho, haja utopia!
Hoje é de novo ele quem nos lembra que Deus cercou e protegeu nossa “cidade”.
Como ele é a segurança do seu povo, da sua Igreja, precisamos abrir
as portas para que nela entre um povo justo, “cumpridor da palavra,
firme em seu propósito”. E Jesus nos ensina que a segurança da sua casa, da
família que se reúne em seu nome, está na escuta da sua Palavra e na prática
solidária que lhe corresponde, e não nas portas firmemente fechadas e
guardadas por doutrinas sólidas e pesadas. Sem isso, mesmo que multipliquemos
súplicas e louvores ao Senhor, basta a ameaça de uma pequna chuva e tudo vai
água abaixo, pois o edifício da nossa fé estaria construído sobre a areia (cf.
Mt 7,21-27). E esta Palavra pede hoje, com timbre de sino: “Abri as suas
portas!...” Mas também nos adverte, e pede que evitemos cair no orgulho: “Ele
derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa. Deitando-a
por terra até fazê-la beijar o chão.” E o profeta conclui, com indisfarçável
satisfação: “Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos
humildes” (cf. Is 25,1-6). Construamos, pois, nossas Igrejas e comunidades
sobre o alicerce da escuta e da prática da Palavra, da prática compassiva,
solidária e revolucionária de Jesus. “Vem, Senhor, não tardes mais! Vem saciar
nossa sede de paz!” (Itacir Brassiani
msf)
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