Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 419
Dia 15/06/2021 | 11ª Semana Comum | terça-feira
Evangelho segundo Mateus (5,43-48)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se cantando o mantra: “Aleluia, Cristo nos liberta...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=szPkZyR1ybw)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Marcos
5,43-48
·
Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
·
Este
texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e consumação da Lei e
dos costumes que Jesus dá aos discípulos/as
·
Do/a
discípulo/a se espera que seja capaz de estender seu apreço e seu amor para
além dos estreitos círculos de sangue ou de nação
·
O
parâmetro do amor é o próprio Deus, que age em favor dos seus filhos e filhas
não porque eles sejam bons, mas porque Ele é bom
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma?
(3) Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a
você hoje?
·
Deixe
ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira
pessoa: amar até os opositores, rezar por aqueles que o perseguem e maltratam
·
Como
poderíamos praticar este ensinamento de Jesus num ambiente marcado pela
intolerância, inclusive na Igreja?
·
De
que modo podemos expressar um amor cristão – que não é uma ingênua gentileza! –
pelos inimigos, por aqueles/as que ameaçam a democracia ou impõe fardos ao
povo?
·
Se puder, e achar
conveniente, leia as “pistas” sobre o texto, a seguir
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Visualize as pessoas que
agem como opositoras, ou que você considera inimigas, ou com as quais você não
quer estabelecer nenhuma relação
· Procure imaginar como
Deus quer que elas sejam, como ele quer que você se relacione com elas, e peça
ao Pai que essa mudança aconteça
· Peça a Deus um coração
generoso e universal, como o dele
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Quem você considera hoje
seu inimigo e inimigo do seu povo?
· Como tratar essas
pessoas evangelicamente, como Jesus Cristo nos pede?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite e reze com a canção “Eu
creio na semente” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZPG8EX4lt50)
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Pistas sobre Mateus 5,43-48
A parte do evangelho de Mateus que conhecemos
como “sermão da montanha” é uma espécie de iniciação dos/as discípulos/as à
novidade do Reino de Deus inaugurada, vivida e proposta por Jesus. Se é verdade
que Jesus não quer simplesmente descartar a Lei e os costumes do judaísmo,
também não há dúvidas de que ele opera uma mudança substancial, e se apresenta
como seu intérprete e consumador.
Hoje temos o sexto exemplo de releitura da Lei exercitada por
Jesus: o mandamento do amor ao próximo. Para a tradição judaica, originalmente
faziam parte do conceito de “próximo” os familiares de sangue e de casa, os
membros do judaísmo, mas se estendia também, ao menos em parte, aos doentes,
aos pobres e aos estrangeiros. No tempo de Jesus, na prática este círculo era bem
mais estreito. Por outro lado, do grupo dos “inimigos” faziam parte os
oponentes pessoais, os adversários nacionais, os estrangeiros e infiéis, mas
também gente da própria casa, quando se comportava de modo considerado imoral
ou inaceitável.
Para Jesus está muito claro que Deus não orienta sua relação
conosco pelos parâmetros do gênero, da aparência, da riqueza, da condição
social ou religiosa, do sangue ou da nação. O Reino, porque é de Deus e porque
Deus é bom, não separa nem opõe bons e maus. Todos/as somos pecadores/as
necessitados/as da misericórdia do Pai. Por isso, Jesus pede e espera de seus
discípulos/as a disposição de amar até os inimigos e de rezar pelos que os/as
perseguem. É assim que manifestaremos que somos filhos/as de Deus.
Mas é também claro que amar não é
a mesma coisa que ser gentil ou ter bons sentimentos. Amar é reconhecer e
afirmar, por decisão e por ação, a dignidade de cada pessoa, para além da sua
condição humana, social ou moral. E o amor, por sua própria natureza, não é da parte
dos sentimentos, mas da ordem da vontade, das decisões. Ninguém ama por
instinto ou por natureza, mas por decisão e compromisso. A medida do amor é
amar sem medida, pois o amor calculado e mensurável não passa de egoísmo e de
acordo de cavalheiros.
(Itacir Brassiani)
Ensinamento do
Papa Francisco
“O antigo preceito de amar o próximo como a si
mesmo/a, geralmente entendia-se como referido aos compatriotas. Mas as
fronteiras foram-se ampliando, e aparece o convite a não fazer aos outros o que não queremos que te façam a nós. Dizia o
sábio Hillel: “Isto é a Lei e os Profetas. Todo o resto é comentário”. O desejo de
imitar o comportamento divino levou a superar a tendência de limitar o amor aos
mais próximos. A compaixão do homem tem por objeto o próximo, mas a
misericórdia divina estende-se a todo o ser vivo". (Fratelli Tutti, § 59)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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