Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 422
Dia 18/06/2021 | 11ª Semana Comum | Sexta-feira
Evangelho segundo Mateus (6,19-23)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se cantando o mantra: “Aleluia, Cristo nos liberta...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=szPkZyR1ybw)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Marcos
6,19-23
·
Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
·
Este
texto está situado no conjunto maior que conhecemos como “sermão da montanha”,
que condensa o ensino geral de Jesus
·
Nesta
“catequese”, Jesus se dirige a todos/as os/as seus ouvintes, mas sua atenção se
volta prioritariamente à formação dos/as discípulos/as
·
Depois
de apresentar o caminho da felicidade, de dar exemplos de como praticar uma
justiça maior que a dos fariseus, Jesus fala da cobiça
·
É
uma advertência sobre os desejos profundos, prioridades ou projetos que
mobilizam nossas forças e dão sentido à vida
·
Os
tesouros do reino de Deus (compaixão, partilha, fraternidade, confiança) são
indestrutíveis, enquanto que a prosperidade, o sucesso, a competição e o
acúmulo são sempre precários e instáveis
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma?
(3) Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a
você hoje?
·
Quais
são os valores que “brilham aos nossos olhos”, que mobilizam e potencializam
nossas energias e suas buscas?
·
O
quanto é verdade que nossos olhos brilham com a emancipação das pessoas, o
crescimento humano, a igualdade de todos, a justiça social?
·
Como
entender que a busca da prosperidade e do bem-estar a qualquer custo tem
ocupado o lugar do amor e da justiça em nossas pregações?
·
Que
pedidos ou súplicas costumam ocupar os primeiros lugares nas “listas de
desejos” que diariamente apresentamos a Deus?
·
Se puder, e achar
conveniente, leia as “pistas” sobre o texto, a seguir
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Recite a oração que
Jesus nos ensinou, dando ênfase e conteúdo concreto e atual a cada afirmação e
a cada pedido que dirigimos ao Pai
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como podemos ajudar
nossas comunidades e nossas Igrejas na educação permanente dos fiéis na ética
social e espiritual do Evangelho?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite e reze com a canção “Eu
creio na semente” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZPG8EX4lt50)
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Pistas sobre Mateus 6,19-23
A parte do evangelho de Mateus que conhecemos
como “sermão da montanha” é uma iniciação dos/as discípulos/as à novidade do
Reino de Deus vivida e proposta por Jesus. Depois de dar exemplos de uma nova
interpretação da antiga lei, e depois de falar criticamente das práticas de
piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos/as sobre os
compromissos do coração, ou a opção fundamental da vida.
A seção que começamos hoje, e que
vai até o fim do capítulo 6, adverte os/as discípulos/as e demais ouvintes
sobre a insensatez e a imprudência da cobiça e do acúmulo de bens. Os “tesouros
na terra” são os bens, a prosperidade, o consumo desmedido, a competição, a
fama ou o sucesso. São coisas instáveis cuja posse nunca está garantida, sem
valor verdadeiro, sempre sujeitas à deterioração. Tratar isso como essencial
equivale a negligenciar a vontade de Deus.
Jesus propõe a busca de “tesouros
no céu”, que são os valores do Reino de Deus: a misericórdia, o amor, a
compaixão, a partilha solidária, a fraternidade como bem maior. Sobre isso
Jesus já falara nos trechos anteriores (bem-aventuranças, superação das leis
mesquinhas, radicalização do amor ao próximo, amor aos inimigos, etc.).
Trata-se então de ter isso como desejo sincero, preponderante e profundo.
Jesus ilustra a diferença entre
estes dois projetos com a metáfora do olho. Na sua cultura, os olhos eram
considerados faróis que projetam para fora a luz que vem de dentro. Se nossos
olhos faíscam cobiça, são faróis queimados, que só projetam escuridão doentia,
e tornam nossa vida algo tenebroso. Se nossos olhos estão fixos no reino de
Deus, projetam luz clara e benfazeja, e nossa vida é luminosa.
O enfoque sincero e profundo no
reino de Deus significa: para os ricos, ruptura com a cobiça, renúncia à
acumulação, partilha solidária; para os pobres, confiança profunda em Deus, que
nos cuida como um pai, cooperação solidária com os iguais, e superação da
tentação de imitar os ricos.
(Itacir Brassiani)
Ensinamento do
Papa Francisco
“A ajuda mútua entre países acaba por beneficiar a
todos. Um país que progride com base no
seu substrato cultural original é um tesouro para toda a humanidade. A
pobreza, a degradação, os sofrimentos dum lugar da terra são um silencioso
terreno fértil de problemas que, finalmente, afetarão todo o planeta. Se nos
preocupa o desaparecimento dalgumas espécies, deveria afligir-nos saber que em qualquer lugar possam existir pessoas
e povos que não desenvolvem o seu potencial e a sua beleza por causa da pobreza
ou doutros limites estruturais. É que isto acaba por nos empobrecer a todos". (Fratelli Tutti, § 137)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho,
superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou
preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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