sexta-feira, 4 de junho de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 409

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 409

Dia 05/06/2021 | 9ª Semana Comum | Sábado

Evangelho segundo Marcos (12,38-44)

(1)     Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando o mantra: Quando a Bíblia e a Vida se encontram...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=oIV6JMcliXU)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Marcos 12,38-44

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Este texto está situado ambiente da crescente tensão entre Jesus e as autoridades do judaísmo, especialmente as que controlam o templo

·      A cena que estamos meditando ocorre no templo, e desmascara a falsa piedade dos doutores da lei ou escribas

·      Aqui Jesus enfrenta com indignação a exploração dos mais vulneráveis em nome da fé, patrocinada pelas lideranças do templo

·      O que a Palavra de Deus diz em si mesma?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Situe-se dentro da cena, no templo, com Jesus e os escribas

·      Observe, com Jesus, a descarada ostentação dos ricos e piedosos, que com suas migalhas disfarçam e legitimam o que acumulam injustamente

·      Perceba a coragem de Jesus ao desmascarar e acusar os doutores da lei: “Tomai cuidado com eles!”

·      Fique atento/a aos sentimentos e pensamentos que esta palavra e esta atitude de Jesus desperta em você

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Tome consciência de suas possíveis atitudes de piedade ostentada, de legitimação religiosa da exploração, e suplique a graça de mudar

·    Tome consciência também das suas atitudes e decisões corajosos para desmascarar falsos benfeitores e defender as vítimas

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para que nossa fé seja lúcida e perspicaz, capaz de perceber e se opor a toda forma de exploração e enrolação, disfarçada ou explícita?

·    O que precisamos mudar na imagem de Jesus que veiculamos em nossos cânticos, nossa catequese, nas imagens que divulgamos e nas pregações que fazemos?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite e reze com o cântico de Maria: “Peregrino nas estradas de um mundo desigual” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jzzbQWQs61M)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

Pistas sobre Marcos 12,38-44

Depois de calar seus adversários e desmascarar a ideologia nacionalista e triunfalista dos que pregavam a restauração messiânica do império de Davi, Jesus continua por algum tempo no templo. Ele ensina as multidões e os seus discípulos, e se mostra implacável com os mestres ou doutores da Lei. Para Jesus, eles estão muito longe da novidade ética e religiosa do Reino de Deus!

Jesus começa pedindo ao povo que se cuide dos doutores da Lei: eles buscam apenas e sempre distinção, status e privilégios, enquanto que Jesus propõe o lugar do servo e do último. Por causa da aparência de piedade, eles haviam conseguido o direito legal de cuidar da herança das viúvas, e eram pagos para fazer isso. Entretanto, eles acabavam “devorando” os bens delas, fazendo o contrário do que pedia a própria Lei: proteger os órfãos e as viúvas.

Mas não é apenas isso. O próprio templo, que Jesus lembra que deve ser sempre um lugar de oração, acaba sendo uma estrutura que empobrece ainda mais o povo já ferido e explorado. E Jesus não aceita isso. Sentado, diante do cofre das esmolas, ele observa como os ricos publicam suas ofertas, que são enganosas, e como a viúva é explorada, obrigada a dar mais que eles, a dar “tudo o que possuía para viver”. Esta cena não propõe um elogio à “doação forçada” da viúva, mas um lamento pelo que ela sofre!

Se lemos com atenção, Jesus não compara a esmola dos ricos com a “oferta” que a viúva é obrigada a dar, que não passa de uma extorsão inaceitável, mas ilustra aos seus discípulos como os doutores da Lei agem para “devorar” as casas das viúvas. A piedade ostentada pelos escribas é um véu que esconde oportunismo e exploração.

Esta passagem não quer apresentar um exemplo, mas fazer ressoar um lamento. Jesus nunca poupou críticas e denúncias contra o templo e seus controladores. É por isso que, depois de chamar os discípulos e criticar a exploração travestida de piedade, Jesus deixa o templo definitivamente.

 (Itacir Brassiani msf)

Ensinamento do Papa Francisco

O percurso para a paz não implica em homogeneizar a sociedade, mas permite-nos trabalhar juntos. É preciso identificar bem os problemas que atravessa uma sociedade, para aceitar que existem diferentes maneiras de encarar as dificuldades e resolvê-las. O caminho para uma melhor convivência implica em reconhecer a possibilidade de que o outro contribua com uma perspectiva legítima, porque o outro não pode ser circunscrito àquilo que pôde ter dito ou feito, mas deve ser considerado pela promessa ou possibilidade que traz em si mesmo ". (Fratelli Tutti, § 228)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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