Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 423
Dia 19/06/2021 | 11ª Semana Comum | Sábado
Evangelho segundo Mateus (6,24-34)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se cantando o mantra: “Aleluia, Cristo nos liberta...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=szPkZyR1ybw)
(2) Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Marcos
6,24-34
·
Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
·
Este
texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e radicalização da Lei
e dos costumes que Jesus dá aos discípulos/as
·
Do/a
discípulo/a se espera uma justiça maior que aquela da ideologia nacionalista e
moralista praticada pelos fariseus e doutores da lei
·
No
texto de hoje, Jesus adverte seus discípulos/as e ouvintes em relação à
preocupação de acumular e assegurar tudo unicamente para si mesmo
·
Quem
assim vive, inverte as relações justas: a riqueza deixa de estar a serviço do
bem comum, e as pessoas se tornam escravas delas
·
O/a
discípulo crê e confia num Deus que é Pai, e não um senhor, e tem um único
tesouro serve a um só senhor: o reino de Deus e a sua justiça
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma?
(3) Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a
você hoje?
·
Deixe
ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira
pessoa: confiar no Pai como uma criança, buscar o Reino de Deus e a justiça
para todos/as, deixando o resto nas mãos do Pai
·
Preste
atenção às metáforas que Jesus busca na vida cotidiana: a relação entre patrão
e empregado; a beleza das flores; a liberdade e a confiança dos pássaros; as
preocupações que nunca acabam...
·
Que
sentido fazem estas palavras de Jesus num mundo que reduz os sonhos de muita
gente à simples sobrevivência biológica?
·
Se puder, e achar
conveniente, leia as “pistas” sobre o texto, a seguir
(4) Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Acolha a lição que Jesus
extrai dessas experiências cotidianas da nossa vida, e renove a sede que
expressamos repetidamente na oração: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a
vossa vontade na terra como no céu”
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Como evitar que este
ensino de Jesus seja jogado como pedras ou ressoe como bofetadas no rosto das
pessoas que não dispõem do mínimo?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite e reze com a canção “Buscai
primeiro o Reino de deus e a sua justiça” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=EJHyhy3wBOA)
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Pistas sobre Mateus 6,24-34
A parte do evangelho de Mateus que conhecemos
como “sermão da montanha” é um momento de formação dos/as discípulos/as na
novidade do Reino de Deus. Depois de dar exemplos de uma nova interpretação da
antiga lei, e depois de criticar as práticas de piedade (esmola, oração e
jejum), Jesus adverte seus discípulos/as em relação ao acúmulo de bens.
Para falar deste tema sempre espinhoso, Jesus
recorre à relação entre senhor e escravo, marcante no império escravocrata de
Roma: o escravo faz parte da propriedade do senhor; quando não serve mais, não
se dedica exclusivamente ou despreza seu senhor, é simplesmente descartado. A
riqueza se converte num chefe tirano: não está a serviço da pessoa, mas se
apropria da vida da pessoa e não admite concorrente.
Para Jesus, o problema não é a simples necessidade de comer, de
vestir, de ter uma moradia: estas não são preocupações, mas necessidades
profundamente humanas. O problema é o materialismo, a busca desenfreada e
imperiosa de ter sempre mais, gerada pela mentalidade materialista, que nunca
consegue saciar os desejos, e nos leva de preocupação a preocupação, numa
ansiedade destruidora.
O problema é exatamente esta “necessidade” de ter sempre mais,
de dominar as condições da existência, e de conseguir isso unicamente para si,
competindo impiedosamente com tudo e com todos. Este desejo de açambarcar tudo
e todos, com a maior rapidez possível, se torna um senhor implacável e nos
transforma em escravos, invertendo danosamente a relação entre as pessoas e as
coisas.
Para Jesus, esta preocupação de satisfazer nossas necessidades
via acúmulo e competição demonstra uma fé pequena, é coisa de pagão, de gente
sem fé. E é um caminho sem fim, porque cada dia impõe uma nova preocupação,
cada meta atingida pede mais e mais. Para o/a discípulo/a, o reino de Deus – a
fraternidade, a justiça, a misericórdia – é a única preocupação legítima, e
deve ser pedida na oração, buscada na vida, testemunhada na sociedade.
(Itacir Brassiani)
Ensinamento do
Papa Francisco
“O desenvolvimento não deve orientar-se para a acumulação sempre maior de
poucos, mas há de assegurar os direitos humanos, pessoais e sociais, econômicos
e políticos, incluindo os direitos das nações e dos povos. O direito de alguns à
liberdade de empresa ou de mercado não pode estar acima dos direitos dos povos
e da dignidade dos pobres; nem acima do respeito pelo ambiente, pois quem possui uma parte é apenas para a
administrar em benefício de todos". (Fratelli Tutti, § 122)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a
Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo
nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a
vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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