127 | Ano A | 26ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 10,13-16
(06/10/2023)
No episódio do envio dos 72
discípulos, que meditamos ontem, Jesus nos apresentava uma espécie de cartilha
ou guia da ação missionária. Jesus deixa claro, desde o início, que rejeição e
a perseguição estão no horizonte. A casa é o ponto de apoio da missão, e a
pobreza de recursos não é uma dificuldade, mas a garantia da autenticidade do
anúncio. Na vida dos discípulos/as missionários/as não há lugar para qualquer
reação violenta.
Os versículos de hoje prosseguem o
tema anterior. Betsaida era a cidade de origem de alguns discípulos. Cafarnaum
havia sido escolhida por Jesus para ser a cidade referencial de onde partia em
missão e para onde voltava. Estes dois pequenos povoados tiveram a oportunidade
de ver de perto a ação libertadora e formativa de Jesus. Conheciam ele e o
estilo de vida dos seus discípulos não apenas por ouvir dizer.
É por isso que, mesmo não autorizando
seus discípulos a fazer mais que bater o pó das sandálias quando seu anúncio
fosse rejeitado, Jesus pronuncia palavras duras contra estas duas cidades.
Entretanto, estas palavras não são uma condenação, mas um contundente apelo à
acolhida e à conversão. Ele não veio para julgar e condenar, mas para que o
mundo seja salvo.
Jesus compara a postura destes
povoados com aquilo que aquilo ocorreu em dois outros povoados, considerados
como típicos inimigos do povo de Israel: Tiro e Sidônia. E afirma que se estes
últimos dois povoados tivessem a oportunidade de ver e ouvir o que as pessoas
de Cafarnaum, Corazim e Betsaida viram e ouviram, teriam se convertido. Os
povos que os judeus consideram seus arqui-inimigos são melhores que eles, diz
Jesus!
Este contundente apelo
de Jesus à acolhida e à conversão termina com uma importante afirmação
teológica, pastoral e espiritual: Jesus está presente na pessoa e na ação
daqueles/as que ele envia, assim como o Pai está presente nele. Acolhê-los/as
ou rejeitá-los/las, escutar e levar a sério o que eles/as dizem ou manter-se
indiferente ou com “sua própria versão das coisas” é a “prova dos nove” da
justiça e da santidade dos discípulos/as missionários/as.
Meditação:
§ Releia
atentamente o texto, retomando também os versículos que o antecedem e escutando
atentamente as fortes palavras de Jesus
§ Não
caia na tentação de imaginar que as advertências de Jesus são dirigidas a
outras pessoas, cidades e comunidades
§ Você
sente-se atingido/a pelas palavras de Jesus, interpelado/a a não fazer pouco
caso do Evangelho e das suas testemunhas?
§ Você
vê algum sinal indicativo de que estamos correndo o risco de reproduzir na
Igreja a atitude do povo de Cafarnaum e Corazim?
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