quinta-feira, 19 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (141)

141 | Ano A | 28ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 12,1-7

20/10/2023

Depois das cinco denúncias dirigidas aos fariseus e mestres ou doutores da lei, Jesus prossegue no seu esforço de delimitar a diferença entre eles e os/as discípulos/as que chama, forma e envia. Mas agora fala diretamente àqueles/as que o seguem, e em tom de exortação, não de crítica ou de denúncia. Trata-se de um momento e uma catequese muito estimulantes.

No meio de uma multidão que se aproxima impressionada por seu ensino e sua ação libertadora, Jesus se dirige aos discípulos/as chamando-os/as de amigos/as. E alerta para que estejam sempre atentos/as ao fermento da hipocrisia, característica dos fariseus que pode contaminar a comunidade cristã. As comunidades, e a Igreja como um todo, podem sofrer essa influência. E nós sabemos o quanto isso tem acontecido, em todos os tempos.

Este fermento é a perversidade latente, escondida sob uma piedade não mais que aparente. Todos/as os/as que seguimos Jesus precisamos levar uma vida transparente, crer e viver de modo coerente, gratuito e desinteressado. Não se trata de uma adesão meramente formal ou nominal. Jesus ilustra isso com três conjuntos de sentenças, ligadas entre si e em contraposição às críticas e advertências dirigidas aos fariseus e doutores da lei (mas também aos discípulos e discípulas) que meditamos no capítulo anterior.

Nos poucos versículos do trecho do evangelho de hoje, Jesus fala três vezes sobre o medo. Parece que os/as discípulos/as sentem-se acossados pelo medo de não estar à altura de cumprir todas as minúcias da lei ensinada pelos mestres do judaísmo, e, ao mesmo tempo, pelo medo de serem rejeitados pelo judaísmo oficial. Mas o que devem eles temer é a perda do sentido da vida, a perda do rumo, é trilhar um caminho que não seja o caminho de Jesus.

Chamados a evitar uma fé formal e aparente e a anunciar o Evangelho a todas as pessoas e povos, e não apenas às elites e aos judeus, os/as discípulos/as e amigos/as de Jesus devemos estar cientes de que poderemos ter o mesmo destino do Mestre. Por isso, devemos confiar no amor e na assistência permanente do Pai. É dessa confiança brota a ousadia e a perseverança!

 

Meditação:

§  Reconstrua a cena, veja as multidões se apertando em torno de Jesus, sedentos de palavras e gestos de compaixão

§  Acolha cada uma das sentenças que Jesus pronuncia, procurando dar a elas um significado atual

§  Quais são os medos que atordoam e desmobilizam nossas famílias, comunidades e a Igreja como um todo?

§  Entre na metáfora dos pardais e dos cabelos, e deixe-se envolver pela confiança que nos faz livres e fiéis em Cristo

Nenhum comentário: