141 | Ano A | 28ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 12,1-7
20/10/2023
Depois das cinco denúncias dirigidas
aos fariseus e mestres ou doutores da lei, Jesus prossegue no seu esforço de
delimitar a diferença entre eles e os/as discípulos/as que chama, forma e
envia. Mas agora fala diretamente àqueles/as que o seguem, e em tom de
exortação, não de crítica ou de denúncia. Trata-se de um momento e uma
catequese muito estimulantes.
No meio de uma multidão que se aproxima
impressionada por seu ensino e sua ação libertadora, Jesus se dirige aos
discípulos/as chamando-os/as de amigos/as. E alerta para que estejam sempre
atentos/as ao fermento da hipocrisia, característica dos fariseus que pode
contaminar a comunidade cristã. As comunidades, e a Igreja como um todo, podem
sofrer essa influência. E nós sabemos o quanto isso tem acontecido, em todos os
tempos.
Este fermento é a perversidade latente,
escondida sob uma piedade não mais que aparente. Todos/as os/as que seguimos
Jesus precisamos levar uma vida transparente, crer e viver de modo coerente,
gratuito e desinteressado. Não se trata de uma adesão meramente formal ou
nominal. Jesus ilustra isso com três conjuntos de sentenças, ligadas entre si e
em contraposição às críticas e advertências dirigidas aos fariseus e doutores
da lei (mas também aos discípulos e discípulas) que meditamos no capítulo
anterior.
Nos poucos versículos do trecho do
evangelho de hoje, Jesus fala três vezes sobre o medo. Parece que os/as
discípulos/as sentem-se acossados pelo medo de não estar à altura de cumprir
todas as minúcias da lei ensinada pelos mestres do judaísmo, e, ao mesmo tempo,
pelo medo de serem rejeitados pelo judaísmo oficial. Mas o que devem eles temer
é a perda do sentido da vida, a perda do rumo, é trilhar um caminho que não
seja o caminho de Jesus.
Chamados a evitar uma fé formal e
aparente e a anunciar o Evangelho a todas as pessoas e povos, e não apenas às
elites e aos judeus, os/as discípulos/as e amigos/as de Jesus devemos estar
cientes de que poderemos ter o mesmo destino do Mestre. Por isso, devemos
confiar no amor e na assistência permanente do Pai. É dessa confiança brota a
ousadia e a perseverança!
Meditação:
§ Reconstrua
a cena, veja as multidões se apertando em torno de Jesus, sedentos de palavras
e gestos de compaixão
§ Acolha
cada uma das sentenças que Jesus pronuncia, procurando dar a elas um
significado atual
§ Quais
são os medos que atordoam e desmobilizam nossas famílias, comunidades e a
Igreja como um todo?
§ Entre
na metáfora dos pardais e dos cabelos, e deixe-se envolver pela confiança que
nos faz livres e fiéis em Cristo
Nenhum comentário:
Postar um comentário