125 | Ano A | 26ª Semana Comum | Quarta-feira | Lucas 9,57-62
(04/10/2023)
A caminho rumo de Jerusalém, onde se
daria um confronto decisivo com as autoridades religiosas, Jesus e seus
discípulos não haviam sido bem acolhidos por cidadãos de uma vila da Samaria
(cf. 9,51-56). Chateados, os discípulos pensam em retaliação, mas Jesus
simplesmente procura outro povoado. Eles percebem as consequências de seguir
alguém como Jesus.
Neste contexto, o evangelista
apresenta três situações típicas de pessoas que se apresentam como candidatas
ao seguimento de Jesus, três diferentes experiências de encontro com ele. Um/a
discípulo/a deve sempre saber que seguir um mestre significa compartilhar com
ele estilo de vida, seu sonho e seu destino. E Jesus é figura do profeta
incômodo, e vive uma vida de refugiado, itinerante, sem alianças que possam-no
proteger.
O primeiro exemplo típico nos
apresenta uma pessoa que parece ter tomado a decisão de seguir Jesus sem
avaliar profundamente e sem pensar muito nas consequências. Jesus lembra que a
disponibilidade para seguir seus passos supõe plena consciência e compromisso
de partilhar o destino de uma pessoa perseguida, sem nenhuma proteção ou
promessa de comodidade ou sucesso.
O segundo exemplo nos apresenta um
discípulo que, tendo sido chamado por Jesus, não percebe a urgência de ruptura,
e quer adiar a resposta para quando tiver cumprido suas obrigações familiares.
No terceiro exemplo temos um discípulo que parece ceder à nostalgia, à dúvida e
à incerteza. Quem quer ser discípulo/a de Jesus precisa morar o futuro, não o
passado; buscar a novidade, não o que sempre foi; olhar para a frente, não para
trás.
Nas
condições interpostas por Jesus a estes três tipos de candidatos a discípulo
temos o estatuto do/a discípulo/a consciente e maduro/a. Tendo descoberto o
tesouro do Reino de Deus, o discípulo deixa tudo para viver novas relações e
anunciar essa boa notícia sempre e em todo lugar. O Reino de Deus é o projeto
de Jesus, mas não há muito sentido em apostar a vida num projeto. É o encontro
e a relação com ele que dão sentido a uma decisão que compromete e muda a vida.
Meditação:
· Que tipo de vínculos, apegos e medos limitam sua
entrega incondicional à vida nova inaugurada por Jesus e o Reino?
· O que Jesus diria respondendo às suas objeções e
justificativas?
· Que iniciativas e passos você poderia dar para se
tornar um/a discípulo/a cada vez mais maduro e generoso de Jesus?
§ O que poderíamos fazer para que nossas comunidades
não se contentam em ser cumpridores de preceitos e não querem romper com
valores e velhas práticas que mais escondem que testemunham o Reino de Deus?
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