terça-feira, 3 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (125)

125 | Ano A | 26ª Semana Comum | Quarta-feira | Lucas 9,57-62

(04/10/2023)

A caminho rumo de Jerusalém, onde se daria um confronto decisivo com as autoridades religiosas, Jesus e seus discípulos não haviam sido bem acolhidos por cidadãos de uma vila da Samaria (cf. 9,51-56). Chateados, os discípulos pensam em retaliação, mas Jesus simplesmente procura outro povoado. Eles percebem as consequências de seguir alguém como Jesus.

Neste contexto, o evangelista apresenta três situações típicas de pessoas que se apresentam como candidatas ao seguimento de Jesus, três diferentes experiências de encontro com ele. Um/a discípulo/a deve sempre saber que seguir um mestre significa compartilhar com ele estilo de vida, seu sonho e seu destino. E Jesus é figura do profeta incômodo, e vive uma vida de refugiado, itinerante, sem alianças que possam-no proteger.

O primeiro exemplo típico nos apresenta uma pessoa que parece ter tomado a decisão de seguir Jesus sem avaliar profundamente e sem pensar muito nas consequências. Jesus lembra que a disponibilidade para seguir seus passos supõe plena consciência e compromisso de partilhar o destino de uma pessoa perseguida, sem nenhuma proteção ou promessa de comodidade ou sucesso.

O segundo exemplo nos apresenta um discípulo que, tendo sido chamado por Jesus, não percebe a urgência de ruptura, e quer adiar a resposta para quando tiver cumprido suas obrigações familiares. No terceiro exemplo temos um discípulo que parece ceder à nostalgia, à dúvida e à incerteza. Quem quer ser discípulo/a de Jesus precisa morar o futuro, não o passado; buscar a novidade, não o que sempre foi; olhar para a frente, não para trás.

Nas condições interpostas por Jesus a estes três tipos de candidatos a discípulo temos o estatuto do/a discípulo/a consciente e maduro/a. Tendo descoberto o tesouro do Reino de Deus, o discípulo deixa tudo para viver novas relações e anunciar essa boa notícia sempre e em todo lugar. O Reino de Deus é o projeto de Jesus, mas não há muito sentido em apostar a vida num projeto. É o encontro e a relação com ele que dão sentido a uma decisão que compromete e muda a vida.

 

Meditação:

·    Que tipo de vínculos, apegos e medos limitam sua entrega incondicional à vida nova inaugurada por Jesus e o Reino?

·    O que Jesus diria respondendo às suas objeções e justificativas?

·    Que iniciativas e passos você poderia dar para se tornar um/a discípulo/a cada vez mais maduro e generoso de Jesus?

§  O que poderíamos fazer para que nossas comunidades não se contentam em ser cumpridores de preceitos e não querem romper com valores e velhas práticas que mais escondem que testemunham o Reino de Deus?

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