135 | Ano A | 27ª Semana Comum | Sábado | Lucas 11,27-28
14/10/2023
Na cena anterior, Jesus apresentara
suas credenciais como enviado do Pai e agente do reino de Deus. No fim,
advertira os judeus que se diziam libertos e salvos pela lei e as pessoas que haviam
sido libertadas por ele do demônio. Não basta ser curado, sentir-se livre das
coações e imposições exteriores! É preciso ir além, entrar no dinamismo do
Reino de Deus, encetar uma nova caminhada e perseverar nela: ser livre para
amar e servir.
Ouvindo o ensino de Jesus aos
discípulos e o debate de Jesus com seus opositores, uma mulher anônima,
expressa o sentimento do povo diante da pregação e das ações de Jesus. Exultando
e em alta voz, a mulher sem nome proclama feliz a mulher que gerou e amamentou
Jesus. Nas suas palavras, ecoa a exultação de Isabel ao receber a mãe de Jesus
em sua casa. Como mulher, ela sabe da generosidade que uma mãe precisa ter para
gerar, amamentar e educar um filho assim.
Exaltando a mãe de Jesus, esta
mulher, e o povo que ela representa, querem exaltar o seu filho, Jesus de
Nazaré. Mas Jesus surpreende seus interlocutores alterando o destinatário da
bem-aventurança. Para ele, a felicidade não está em gerar e amamentar o Verbo
de Deus, mas em ser ouvinte, guardião e praticante atento e perseverante da
Palavra de Deus! A felicidade consiste em ser filho/a e não mãe da Boa Notícia!
A verdadeira felicidade é do/a discípulo/a do Reino de Deus.
Para Jesus, grande e feliz é quem se
torna ouvinte e discípula fiel, guardiã atenta e praticante do Evangelho de
Jesus. Assim, a atitude de escuta e serviço à Palavra que vemos em Maria
representa o nascimento de uma família diferente, gerada no ventre fecundo da
misericórdia vivida como prática cotidiana. A relação mestre-discípulo é mais importante
que a relação mãe-filho ou pai-filho. A fraternidade tem prioridade sobre a
generatividade.
Conforme Lucas, guardar a Palavra
significa perseverar no Evangelho do Reino de Deus e colocá-lo em prática. E
isso fica claro na parábola da semente (8,15), na apresentação da verdadeira
família de Jesus (8,21) e na parábola da casa construída sobre o firme alicerce
(6,46-49). “Quem tem ouvidos, ouça!”
Meditação:
§ Releia
lentamente estes breves versículos, palavra por palavra, no horizonte de todas
as ações de Jesus
§ Acolha
estas palavras de Jesus como dirigidas a você, à sua família e à sua
comunidade, e permita que elas ecoem com toda a carga de significado que elas
carregam
§ Em
que medida somos tentados/as a avaliar as pessoas pela origem, pelo sobrenome,
pelo papel social ou pelo poder que tem na Igreja e na sociedade?
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