148 | Ano A | 29ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 12,54-59
27/10/2023
No episódio que refletimos ontem,
Jesus nos dizia que veio lançar fogo do Espírito para que incendeie, revele e
purifique nossas intenções e projetos. Falando desse Dom Dinâmico, Jesus fala
do dom de si mesmo, feito de uma vez por todas no alto do Calvário, dom que
inunda o mundo qual enxurrada, que espalha o fogo como um fogo que acende mil
outros focos de incêndio. Dizia também que é urgente que isso aconteça, e que
nossa lealdade com a justiça do Reino de Deus está acima dos laços familiares.
No trecho que estamos rezando hoje,
Jesus continua enfatizando a transcendência de cada momento que vivemos e a
urgência de entendê-lo bem e não adiar nem fazer de menos da nossa missão de reconciliar,
de recriar a fraternidade dentre pessoas e povos, como nos ensina o Papa
Francisco. Para ilustrar a importância do tempo que se chama hoje, Jesus lança
mão de duas pequenas parábolas e de uma experiência acessível às pessoas do seu
tempo.
Jesus está dirigindo-se à multidão,
em meio à qual estão seus discípulos/as. As parábolas se referem às nuvens e ao
vento, que, para as pessoas experientes, prenunciam chuva ou vento quente. A
sabedoria dos bons observadores do tempo interpela e estimula os/as discípulos/as
de Jesus a compreender os pequenos sinais do Reino presentes na história, e a
acolhê-los como oportunidade e chamado à responsabilidade. Não é sábio e
suficiente apenas recordar e repetir o passado! Não é responsável e cristão
repetir velhos princípios que, de tão universais, servem para tudo.
Quem segue Jesus e o assume como
Mestre de sua vida precisa aprender a identificar o querer de Deus inscrito nos
acontecimentos, e colocá-lo em prática. Se a repetição de costumes do passado
não é suficiente, é irresponsabilidade deixar tudo para amanhã, ou terceirizar
tudo, imaginando que Deus fará aquilo que compete a nós. O tempo urge, e o aqui
e agora representa a última possibilidade para refazer as relações de
fraternidade. A experiência da reconciliação dos adversários ainda a caminho do
tribunal não é sintoma de medo ou de fraqueza, mas sinal de sabedoria e
esperteza aprendidas no caminho com Jesus.
Meditação:
§ Retome
e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus, prestando atenção à força
das palavras e comparações
§ Acolha
este ensino que Jesus dirige ao povo em geral, e deixe-se iluminar pelas
metáforas da nuvem e do vento
§ O
que você, sua família e sua comunidade podem fazer para não perder “o trem da
história” a viver já aqui, e em todas as relações, a novidade do Reino de Deus.
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