quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (148)

148 | Ano A | 29ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 12,54-59

27/10/2023

No episódio que refletimos ontem, Jesus nos dizia que veio lançar fogo do Espírito para que incendeie, revele e purifique nossas intenções e projetos. Falando desse Dom Dinâmico, Jesus fala do dom de si mesmo, feito de uma vez por todas no alto do Calvário, dom que inunda o mundo qual enxurrada, que espalha o fogo como um fogo que acende mil outros focos de incêndio. Dizia também que é urgente que isso aconteça, e que nossa lealdade com a justiça do Reino de Deus está acima dos laços familiares.

No trecho que estamos rezando hoje, Jesus continua enfatizando a transcendência de cada momento que vivemos e a urgência de entendê-lo bem e não adiar nem fazer de menos da nossa missão de reconciliar, de recriar a fraternidade dentre pessoas e povos, como nos ensina o Papa Francisco. Para ilustrar a importância do tempo que se chama hoje, Jesus lança mão de duas pequenas parábolas e de uma experiência acessível às pessoas do seu tempo.

Jesus está dirigindo-se à multidão, em meio à qual estão seus discípulos/as. As parábolas se referem às nuvens e ao vento, que, para as pessoas experientes, prenunciam chuva ou vento quente. A sabedoria dos bons observadores do tempo interpela e estimula os/as discípulos/as de Jesus a compreender os pequenos sinais do Reino presentes na história, e a acolhê-los como oportunidade e chamado à responsabilidade. Não é sábio e suficiente apenas recordar e repetir o passado! Não é responsável e cristão repetir velhos princípios que, de tão universais, servem para tudo.

Quem segue Jesus e o assume como Mestre de sua vida precisa aprender a identificar o querer de Deus inscrito nos acontecimentos, e colocá-lo em prática. Se a repetição de costumes do passado não é suficiente, é irresponsabilidade deixar tudo para amanhã, ou terceirizar tudo, imaginando que Deus fará aquilo que compete a nós. O tempo urge, e o aqui e agora representa a última possibilidade para refazer as relações de fraternidade. A experiência da reconciliação dos adversários ainda a caminho do tribunal não é sintoma de medo ou de fraqueza, mas sinal de sabedoria e esperteza aprendidas no caminho com Jesus.

 

Meditação:

§  Retome e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus, prestando atenção à força das palavras e comparações

§  Acolha este ensino que Jesus dirige ao povo em geral, e deixe-se iluminar pelas metáforas da nuvem e do vento

§  O que você, sua família e sua comunidade podem fazer para não perder “o trem da história” a viver já aqui, e em todas as relações, a novidade do Reino de Deus.

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