128 | Ano A | Nossa Senhora do Rosário | Lucas 1,26-38
(07/10/2023)
A celebração de Nossa Senhora do
Rosário fui instituída em 1571, pelo Papa Pio V, para lembrar a vitória romana
sobre o exército turco nas águas de Lepanto (07.10.1571). Pio V foi também o
responsável pela promoção do rosário, como forma de piedade e espiritualidade.
Esse exercício devocional mariano, até então conhecido em apenas alguns
pequenos círculos religiosos, foi estendido e recomendado à Igreja universal em
1716.
Neste texto de Lucas, o papel central
é do Anjo Gabriel, e o clima é de intenso júbilo. O Mensageiro de Deus saúda
Maria com uma expressão típica para dizer “Esteja bem! Tudo de bom!” O anjo
Gabriel diz que o “charme” (graça) dela encantou o próprio Deus. É claro que o mensageiro
de Deus não está se referindo à formosura física, nem à sua possível perfeição
moral, mas à sua humanidade, original e sem pecado, como a criação saída das
mãos de Deus.
Maria se mostra plenamente
acolhedora, disponível e confiante em Deus e à sua vontade. E isso significa
que o pecado (egoísmo, ostentação, fechamento, indiferença) não tem lugar em
suas decisões, ações e projetos. Ela é a imagem da humanidade como Deus a quis,
da pessoa humana madura na qual brilha a imagem de Deus, conforme foi criada.
Sua virgindade não aponta para uma espécie de supremacia moral, nem para algo
como a meritocracia, mas para sua radical pobreza e impotência.
É verdade que Maria é uma pessoa
acolhedora, disponível e serviçal diante da Palavra de Deus, mas isso não
significa que seja uma mulher passiva, sem personalidade. Antes, a cena narrada
por Lucas nos mostra uma mulher atenta e reflexiva. Ela pede explicações, interroga
o Anjo, quer compreender. Corajosa, Maria vai descobrindo lentamente a
misteriosa ação que Deus realiza nela e através dela dando beleza, prioridade e
grandeza aos humildes e marginalizados.
Dizendo que “o poder do altíssimo a
cobrirá com sua sombra”, o Anjo se refere à nuvem/sombra que escondia e
manifestava a glória de Deus no êxodo do povo hebreu, e apresenta Maria como
tenda da presença de Deus no mundo. Maria prefigura o novo poro de Deus, como o
outro, vindo da periferia.
Meditação:
·
Releia atentamente o texto, imaginando-se presente
e ativo/a na anunciação, num lugar perdido e obscuro da Galileia
·
Tome como dirigidas a você as palavras do
Mensageiro de Deus: “Alegra-te, cheia/o de graça! O Senhor está contigo! Não
tenhas medo! Encontraste graça diante de Deus!”
·
Acolha estas palavras como o horizonte e o
fundamento da sua vocação e missão na Igreja e no mundo
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