137 | Ano A | 28ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 11,29-32
16/10/2023
A missão de Jesus
provocava controvérsias. Seus opositores, em nome da religião oficial, diziam
que, para curar doentes e possessos, ele fazia aliança com a Diabo. Jesus se defendia
recorrendo a parábolas. Alguém elogiou sua mãe por ter trazido ao mundo alguém
tão especial, e Jesus reagiu afirmando que a verdadeira honra pertence a quem
ouvem e praticam a Palavra de Deus.
Diante rejeição e
do fechamento de alguns, especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do
Reino de Deus, e diante do insistente pedido deles para que apresentasse suas
credenciais de enviado de Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus
declara: “Esta geração é uma geração perversa”. E se recusa a transformar o
Reino de Deus em espetáculo operando sinais grandiosos que provocassem medo e
aumentassem seu poder.
Jesus diz que o
sinal do profeta Jonas continua em vigor, e vale para seus interlocutores: um
apelo forte e inequívoco à mudança de atitudes e interesses, voltando-se de
coração a Deus e sua vontade e servindo ao próximo e suas necessidades. E mais
ainda: Jesus se apresenta ele mesmo como sinal e suas ações como credenciais,
de modo que aqueles/as que não reconhecem na sua compaixão pelos vulneráveis o
sinal da ação de Deus estão fechando os olhos e dando as costas a Deus.
Numa postura
claramente provocativa, Jesus afirma que os piedosos judeus que o rejeitam são
piores que os pagãos que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã reconheceu
a sabedoria de Salomão, e o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas,
eles, em nome de uma imagem de Deus que eles mesmos criaram, desprezam o Filho
do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas. Jesus transforma os pagãos em
mestres dos judeus!
Precisamos também
nós aprender que Deus ama manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos
mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas:
na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo, na comunhão com os últimos,
na acolhida e no perdão aos pecadores/as, na morte na cruz. A conversão precede
qualquer milagre.
Meditação:
§ Será
que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas
humanitárias de gente de outros grupos e religiões?
§ Poderíamos
afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao
Evangelho do Reino de Deus?
§ Somos
capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal
mais eloquente de sua divindade?
§ Ou
ainda somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar
as coisas que estão ruins?
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