145 | Ano A | 29ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas 12,35-38
24/10/2023
Depois de falar sobre a relação com
os bens materiais, subordinando-os à lógica da partilha no horizonte do Reino
de Deus, Jesus fala sobre a beleza imerecida e gratuita dos lírios do campo
(texto omitido na sequência que estamos refletindo). E adverte os ouvintes:
ninguém pode acrescentar nada, por esforço e preocupação, à própria vida. Por
fim, pede que os/as discípulos saibam investir em “fundos seguros”, ou seja, no
Reino de Deus. Este é o tesouro que os ladrões não roubam e a ferrugem não
come.
No texto de hoje, o assunto do ensino
de Jesus é a espera vigilante e ativa do Reino de Deus, especialmente quando
ele parece demorar ou não vir. Ele se dirige aos discípulos, e sua fala está
marcada pelo tempo pós-pascal, com a crise da espera e da confiança que os
discípulos enfrentavam com o adiamento do “retorno” de Jesus. A espera
vigilante é essencial para quem segue os passos de Jesus. Ninguém pode, sob
nenhum pretexto, “baixar a guarda”. Viver esperando significa viver de espera,
mas vigilantes.
Jesus ilustra esta espera ativa com
duas imagens (o cinto que cinge os quadris e as lâmpadas acesas) e com três
parábolas (das quais hoje meditamos apenas a primeira). Para esperar adequadamente
o retorno do patrão da festa de casamento, o pessoal da casa deve estar
preparado: acordado, com as lâmpadas da casa acesas e com o cinto apertado,
para que as vestes não impeçam os movimentos necessários. E isso mesmo que a
hora for adiantada. Assim, podem abrir a porta, sem demora nem obstáculos. Isso
é viver de modo sábio e responsável.
Relendo a parábola no horizonte do
discipulado, entendemos que, se Jesus partiu, ele voltará, pois partir não significa
necessariamente ir embora. Disso os discípulos/as não podemos duvidar, nem
esperar “atirando-nos nas cordas”. Precisamos ser como o pessoal da casa da
parábola de Jesus. Ele foi celebrar a aliança, e crer nele significa mover-se
numa fé vigilante, ativa e perseverante no serviço. É ela que acende luzes na
escuridão e ajuda a caminhar com segurança. A recompensa é a participação na
mesa dos/as amados/as de Deus, do povo que ele amou, escolheu e enviou. O
próprio Jesus, Servo bom e fiel, os servirá à mesa.
Meditação:
§ Retome
e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus, acolha suas palavras e
incisivas, deixe-se levar pelas imagens do cinto e da luz
§ Imagine-se
dentro da parábola do pessoal da casa que espera a volta do patrão, ansiosos e
atentos
§ Identifique
as situações em que você cede à tentação de “baixar a guarda”, de simplesmente
“levar a vida”
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