153 | Ano A | 30ª Semana Comum | Terça-feira | Lucas 13,22-30
01/11/2023
O evangelho de hoje nos apresenta uma
cena na qual alguém questiona Jesus em relação ao número de pessoas que se
salvam, que chegam à plena realização humana e espiritual. Esta pessoa não se
interessa pelo caminho que leva à salvação, mas pelo número dos que seriam
beneficiados por ela. Na sua resposta, Jesus sublinha que a salvação não
dispensa o esforço pessoal contínuo. O caminho da salvação passa pela exigente
conversão.
Jesus sublinha também que este
engajamento é tarefa para o tempo presente, e não pode ser adiado
indefinidamente. Comparando o processo de salvação com uma porta estreita,
Jesus ressalta que chegará o tempo em que o dono da casa fechará a porta e não
será mais possível entrar. Portanto, é preciso desfrutar com responsabilidade
das possibilidades de crescimento que cada momento nos oferece. O tempo
propício da salvação é agora, e aqui é o lugar para semear Reino de Deus e
ajudá-lo a florescer.
Há gente que pensa que somente a
religião pode salvar, que as pessoas realizadas e plenamente humanas ou santas
seriam aquelas que rezam bastante, que observam as prescrições religiosas, que
regem a vida por uma moralidade estrita, que vivem neste mundo suspirando pelo
céu. Mas a religião não pode se divorciar da ética, nem do mundo, inclusive das
coisas materiais. A religião propõe uma forma específica de viver no mundo e de
se relacionar com as pessoas e coisas. Àqueles que reduzem a religião a um
conjunto de prescrições Jesus adverte: “Não sei de onde sois...”
Respondendo à pergunta sobre o número
dos que se salvam, Jesus diz que “virão muitos do oriente e do ocidente, do
norte e do sul, e tomarão lugar à mesa do Reino de Deus”. Em outras palavras:
alguns daqueles que as religiões e instituições descartam ou colocam em último
lugar, aos olhos de Deus são os mais importantes e ocupam os primeiros lugares.
Todos os homens e mulheres são chamados à salvação e, de um modo que só o
Espírito de Deus sabe, participam do mistério pascal de Jesus Cristo. E, mais
ainda: “Há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”! Esta é
uma verdade que coloca em cheque nossos pretensos méritos e certezas.
Meditação:
§ Retome o episódio, não perca as nuances da pergunta
e das respostas de Jesus; saboreie aquilo que mais ressoa ou atrai você
§ Em
que medida também nós, Igreja de hoje, estamos mais preocupados com o número de
fiéis que “entram” na Igreja que com o testemunho?
§ Será
que ainda conservamos uma mentalidade segundo a qual pessoa boa é a que
frequenta as missas e paga o dízimo?
§ Como entender hoje a imagem da “porta estreita”, evitando que signifique exclusão daqueles que creem diversamente de nós?
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