326 | Ano B | 4ª Semana da Páscoa | Domingo | João 10,11-18
21/04/2024
Uma das
mais belas imagens que o povo de Israel usou para falar de Deus e da sua
relação conosco é a metáfora do pastor. Essa imagem, visualizada pelo antigo
povo de Israel na sua expectativa de um Messias, também nos ajuda a compreender
uma faceta de Jesus Cristo. Sua vida é uma cotidiana realização do amor
pastoral, da missão entendida como ação de pastoreio.
Senão
vejamos: ele tem compaixão das multidões porque estão cansadas e abatidas, como
ovelhas sem pastor (Mt 9,35-36); ele procura as ovelhas dispersas e em situação
de risco, como as mulheres, os doentes e pecadores marginalizados (Mt
18,12-14); ele festeja o reencontro, e diz que é maior sua alegria por um
marginalizado resgatado que por noventa e nove que se consideram perfeitos (Lc
15,3-7).
No
evangelho de hoje, apresentando-nos Jesus como bom pastor, João tem presente
sua vida e suas ações concretas. Jesus é bom e excelente como o vinho abundante
servido nas bodas de Caná. Ele é bom e porque não é mercenário: não foge nem
esmorece diante das perseguições, mas arrisca sua vida para que os mais fracos
tenham plenas condições de vida.
Mas ele
é o Pastor bom e excelente também porque estabelece um relacionamento próximo e
personalizado com seu povo, bem diferente de um herói ou benfeitor distante,
incapaz de se misturar com as pessoas comuns. Jesus é o Bom Pastor porque
conhece cada pessoa pelo nome, por mais simples que seja. Ele ouve seus
clamores e conhece seus sofrimentos, desce para defendê-las e fazê-las subir
(cf. Ex 3,7-10).
Jesus,
o Pastor Bom e Filho do Homem, não veio nem vive para fundar uma instituição,
mas para reunir as pessoas dispersas. É o pastor bom e exemplar porque não se
orienta por fanatismos exclusivistas, não se detém nas cercas ou muros
religiosos, nacionais, étnicos ou de classe... “Tenho também outras ovelhas que
não são deste curral. Também a elas devo conduzir. Elas ouvirão a minha voz e
haver um só rebanho e um só pastor”, diz ele sem rodeios.
Meditação:
· Recomponha na memória as principais frases desta polêmica
pregação de Jesus contra as lideranças religiosas e políticas
· Como podemos distinguir hoje a diferença entre as lideranças
mercenárias e as autênticas, como o Bom Pastor?
· Como cristãos e seguidores/as de Jesus, conhecemos realmente sua
Voz, sua Palavra, em meio a tantos ensinos e lições diversas?
· Quais são hoje, em nosso meio, as “outras ovelhas, que não deste
curral”, e que Jesus conduz e ouvem sua voz?
· Em relação à sua família, sua comunidade e sua cidade: suas
atitudes são como aquelas do Pastor Bom?
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