321 | Ano B | 3ª Semana da Páscoa | Terça-feira | João
6,30-35
16/04/2024
Na segunda parte da catequese sobre o
pão, que tem as marcas do debate e da controvérsia, a multidão exige de Jesus um sinal de sua divindade, como o sinal
do maná, na travessia do deserto. Jesus diz que ele mesmo é este sinal, e que
maná seria apenas um símbolo que remete a ele, que é o dom superior e
definitivo de Deus. Nele, o Deus poderoso se apresenta vulnerável e frágil,
acessível e próximo. Mas este ensino de Jesus resolve pouco, e a multidão
murmura.
“Que sinal fazes para que possamos crer
em ti? Que obra fazes?”, questiona a multidão. Aquela gente não havia entendido
o sinal do pão. E acrescenta, quase como uma acusação a Jesus: “Nossos pais
comeram o maná no deserto”. Esperam de Jesus obras mais espetaculares, que
impressionem e resolvam suas necessidades sem deles exigir compromisso.
Jesus responde destacando que a crença
e expectativa do povo é baseada numa falsa compreensão do passado. É preciso
olhar para o presente e reconhecer os sinais que Deus está realizando agora, e
em favor do seu povo hoje. “Não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu”! Jesus põe a ênfase no presente, e nos
interlocutores que o questionam.
Jesus passa, então, a falar claramente
de si mesmo como sendo o pão verdadeiro. “Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Descendo sempre, fazendo-se carne, colocando-se
no lugar do ser humano necessitado, superando a indiferença e respondendo com
compaixão às suas necessidades, Jesus abre caminho à abundância.
Diante dessa afirmação de Jesus, a
multidão parece finalmente entender, mas sua compreensão ainda é superficial. O
pedido “Senhor, dá-nos sempre desse pão” denota, de novo, uma solução fácil e
sem compromisso. E Jesus avança, de modo mais claro ainda: “Eu sou o pão da vida! Quem vem a mim
não terá mais fome”. Ele não poderia ser mais claro. Que ninguém espere coisas,
mas acolha e sua proposta, e a vida deixará de ser carência e se fará farta.
Meditação:
·
Jesus questiona o que move as multidões ao seu encontro: o que motiva
você a procurar e escutar Jesus Cristo hoje?
·
Qual é o sinal que você espera para poder crer nele? Um milagre
retumbante, uma cura, a solução das aflições da humanidade?
·
Sua fé se baseia mais nos sinais que Deus realizou no passado, ou
naquilo que ele manifesta no tempo presente?
·
Em que medida Jesus cristo e seu Evangelho alimentam suas utopias e
iluminam suas buscas?
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