quinta-feira, 11 de abril de 2024

O Evangelho em nossa vida cotidiana (316)

316 | Ano B | 2ª Semana da Páscoa | Sexta-feira | João 6,1-15

12/04/2024

No capítulo 6 do seu evangelho, João nos apresenta o primeiro encontro de Jesus com a multidão. O episódio é situado próximo à festa da páscoa judaica, e, na ocasião, Jesus realiza dois sinais muito importantes: a multiplicação dos pães, às margens do lago, diante de uma multidão e a serviço dela; a caminhada sobre as águas, um sinal mais discreto, na presença apenas dos discípulos.

Jesus está no apogeu da sua missão. A multidão acolhe seu ensinamento e acredita nele, graças aos sinais que realiza. Mais a sua fama e a crescente multidão que o procura acaba provocando uma forte crise: onde encontrar alimento para toda essa gente? Os discípulos já haviam discutido sobre isso, como aparece na resposta de Filipe. Eles haviam calculado que dar uma refeição, mesmo que frugal, ao povo teria um custo equivalente a 100 dias de trabalho!).

Jesus convoca os discípulos a agir e cooperar com ele, e Filipe não vislumbra solução fora do sistema dominante: comprar. André visualiza um começo de solução: comunica a Jesus o que a comunidade dispõe para si mesma. O menino (“criadinho”), símbolo do discípulo, entrega o pouco que tem, sem reservar nada para si. E Jesus faz pelo povo aquilo que se recusara a fazer para si mesmo.

Jesus toma os pães de cevada (alimento de baixa qualidade!) e os peixes e dá graças a Deus. Com isso, liberta estes parcos bens da apropriação privada e exclusiva, e proclama que pertencem a Deus. É quando devolvemos o que temos a quem lhe pertence de verdade que brota a abundância na mesa de todos. Mas os bens só produzem vida abundante quando os discípulos servem.

A resposta da multidão a essa ação de Jesus é o reconhecimento de que ele é o Profeta que esperavam. Mas esse entusiasmo traz em si mesma e esconde uma tentação: fazer de Jesus um rei, um chefe político. Este é o risco que ronda os líderes, tanto políticos como religiosos, quando fascinam o povo.

Jesus se retira sozinho, em busca de integridade e serenidade de coração. Ele se afasta dos discípulos (também tentados pelo poder e pela passividade) e da multidão para se manter fiel à vontade do Pai: confiar às pessoas e solução dos problemas sociais concretos.

 

Meditação:

·    Leia atentamente, palavra por palavra, gesto por gesto este episódio ambientado no deserto, pouco antes da páscoa dos judeus

·    Você se percebe no meio da multidão faminta, que espera alimento, ou entre os discípulos que são chamados a colaborar com Jesus?

·    Qual é sua reação diante dos problemas que afligem o povo hoje: indiferença? Busca de culpados? Busca de soluções?

·    O que você está disposto/a a colocar hoje nas mãos de Jesus para que ele ajude a diminuir o sofrimento do seu povo?

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