320 | Ano B | 3ª Semana da Páscoa | Segunda-feira |
João 6,22-29
15/04/2024
Depois de saciar a fome da multidão e
de ir ao encontro dos discípulos que remavam angustiados no meio da noite, Jesus
volta a Cafarnaum e desenvolve uma longa catequese sobre sua identidade e sua
missão. É uma espécie de comentário sobre as leituras feitas pelos judeus na
sinagoga, durante a liturgia pascal. O episódio do maná era um dos textos
refletidos nesta festa, e Jesus o toma como ponte para apresentar a si mesmo
como verdadeiro pão da vida.
Meditaremos o episódio como um todo em
partes, ao longo desta semana, mas hoje ficamos apenas com a primeira parte
desta catequese, centrada numa espécie de debate entre Jesus e a multidão. O
povo chegara entusiasmado, vindo do outro lado do lago, onde presenciara o
“sinal” da multiplicação dos pães e dos peixes. A multidão não procura Jesus
movida pela fé nos sinais do Reino de Deus, mas buscando alimento abundante e fácil.
Jesus convoca a multidão a fazer uma passagem do lirismo à realidade, do
interesse imediato aos verdadeiros valores: crer nele e aderir a ele, o enviado
do Pai.
Presa às tradições e habituada à buscar
as migalhas que lhe sobravam, a multidão insiste em pedir a Jesus um sinal, nos
moldes do sinal do maná, um sinal miraculoso e portentoso. Desde sempre
doutrinadas pela Lei ensinada pelos doutores e fariseus, as pessoas não sabem o
que fazer para viver mais plenamente. Parece-lhes que basta a Lei, e o amargo e
parco pão de cada dia. E se pergunta: se a prática da Lei não basta, “o que
devemos fazer para realizar as obras de Deus?” E Jesus responde: “Acreditar
naquele que ele enviou”.
Acreditar no Enviado do Pai parece
pouco, mas se trata de reconhecer Jesus como o Messias esperado, compreender
seus sinais e aderir a ele com fé. O sinal do alimento abundante, fruto da
compaixão e da partilha, traz consigo o compromisso de doação generosa de si
mesmo. Por mais que esteja atento às pessoas concretas e suas necessidades, Jesus
não é uma solução mágica para toda indigência humana! Ele realiza e prolonga a
ação de Deus no mundo, e se propõe como modelo e caminho.
É assim, contando com o engajamento
generoso de quem acredita nele, que Jesus, o Filho do Homem marcado e enviado
pelo Pai com seu selo, sacia todas as fomes da humanidade peregrina, contando
com sua própria participação.
Meditação:
§ O que move você ao encontro de Jesus Cristo? Qual é o sinal
realizado por ele que ilumina suas buscas?
§ Em que consiste hoje o alimento que não se perde, que permanece
e conduz a uma vida mais plena?
§ O que significa acreditar no deus que enviou Jesus Cristo, e que
consequências essa fé tem para sua vida?
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