domingo, 14 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (320)

320 | Ano B | 3ª Semana da Páscoa | Segunda-feira | João 6,22-29

15/04/2024

Depois de saciar a fome da multidão e de ir ao encontro dos discípulos que remavam angustiados no meio da noite, Jesus volta a Cafarnaum e desenvolve uma longa catequese sobre sua identidade e sua missão. É uma espécie de comentário sobre as leituras feitas pelos judeus na sinagoga, durante a liturgia pascal. O episódio do maná era um dos textos refletidos nesta festa, e Jesus o toma como ponte para apresentar a si mesmo como verdadeiro pão da vida.

Meditaremos o episódio como um todo em partes, ao longo desta semana, mas hoje ficamos apenas com a primeira parte desta catequese, centrada numa espécie de debate entre Jesus e a multidão. O povo chegara entusiasmado, vindo do outro lado do lago, onde presenciara o “sinal” da multiplicação dos pães e dos peixes. A multidão não procura Jesus movida pela fé nos sinais do Reino de Deus, mas buscando alimento abundante e fácil. Jesus convoca a multidão a fazer uma passagem do lirismo à realidade, do interesse imediato aos verdadeiros valores: crer nele e aderir a ele, o enviado do Pai.

Presa às tradições e habituada à buscar as migalhas que lhe sobravam, a multidão insiste em pedir a Jesus um sinal, nos moldes do sinal do maná, um sinal miraculoso e portentoso. Desde sempre doutrinadas pela Lei ensinada pelos doutores e fariseus, as pessoas não sabem o que fazer para viver mais plenamente. Parece-lhes que basta a Lei, e o amargo e parco pão de cada dia. E se pergunta: se a prática da Lei não basta, “o que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” E Jesus responde: “Acreditar naquele que ele enviou”.

Acreditar no Enviado do Pai parece pouco, mas se trata de reconhecer Jesus como o Messias esperado, compreender seus sinais e aderir a ele com fé. O sinal do alimento abundante, fruto da compaixão e da partilha, traz consigo o compromisso de doação generosa de si mesmo. Por mais que esteja atento às pessoas concretas e suas necessidades, Jesus não é uma solução mágica para toda indigência humana! Ele realiza e prolonga a ação de Deus no mundo, e se propõe como modelo e caminho.

É assim, contando com o engajamento generoso de quem acredita nele, que Jesus, o Filho do Homem marcado e enviado pelo Pai com seu selo, sacia todas as fomes da humanidade peregrina, contando com sua própria participação.

 

Meditação:

§   O que move você ao encontro de Jesus Cristo? Qual é o sinal realizado por ele que ilumina suas buscas?

§   Em que consiste hoje o alimento que não se perde, que permanece e conduz a uma vida mais plena?

§   O que significa acreditar no deus que enviou Jesus Cristo, e que consequências essa fé tem para sua vida?

Nenhum comentário: