quarta-feira, 10 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (315)

315 | Ano B | 2ª Semana da Páscoa | Quinta-feira | João 3,31-36

11/04/2024

Estamos ainda no capítulo três do evangelho segundo João, mas Nicodemos desapareceu da cena. Jesus está, com seus discípulos, na região onde João Batista desempenhou sua missão profética e precursora. Ali, o profeta do deserto havia falado de Jesus como o cordeiro de Deus e o noivo da nova aliança de Deus com seu povo novo. Diante dele, elevado/rebaixado na cruz, todos precisamos rever a imagem que temos de nós mesmos.

João Batista diz que, da sua parte, aceitou o testemunho que Jesus deu do seu e nosso Pai, pois ele vem de Deus, e, por isso, fala daquilo que conhece, daquilo que viu e ouviu. E esse testemunho, dado em tudo o que Jesus faz e diz, se condensa na cruz, na qual ele diz tudo o que se pode dizer sobre Deus: ele está sempre de braços abertos, e seu amor compassivo acolhe a todos/as.

Nisso Jesus se revela superior a Moisés, e não é um profeta a mais entre os profetas. Vindo do céu, ou melhor, elevado na cruz, seu conhecimento das coisas de Deus não é conhecimento que vem da terra, provisório, limitado e interesseiro. Quem se põe a segui-lo não pode se agarrar à Lei, pois ela divide o mundo em “pessoas de bem” e pessoas culpáveis ou descartáveis. Isso significaria rejeitar o testemunho que ele dá de Deus!

Deus entregou nas mãos de Jesus todas as coisas, todos os seus projetos. Ele “fala as palavras de Deus e doa o Espírito sem medida”. Aceitar seu testemunho significa aderir a ele, acreditar nele, renascer nele, prosseguir sua missão. E é aqui que está o segredo de uma vida que não conhece ocaso, que tem beleza e plenitude que a morte não rouba. Para tanto, precisamos abandonar a postura de professores e assumir a atitude de discípulos/as, de aprendizes.

Aprendamos dos apóstolos, e vivamos como eles. Diante das ameaças e restrições impostas pelo sumo-sacerdote e por todo o Sinédrio, eles reagem intrépidos, acusando as elites religiosas de terem assassinado Jesus e afirmando que “é preciso obedecer a Deus antes que aos homens” (cf. At 5,27-33). Ou seja: temer mais a Deus que a perda da acomodação e dos privilégios.

 

Meditação:

·    Leia atentamente, sem pressa, palavra por palavra, este episódio ambientado na região onde João Batista cumpriu sua missão

·    O que significa reconhecer que Jesus está acima de todos? Seria isso que entendem as pessoas que repetem o mote do Bolsonaro?

·    Entre tudo o que Jesus fez e ensinou, qual é a palavra/ação de Jesus que revela Deus de modo mais claro e significativo?

·    O que Jesus faz com tudo o que ele diz que o Pai colocou nas suas mãos? O que ele faz de sua vida?

·    Como é que as pessoas podem perceber que você, sua família e sua comunidade aceitaram o testemunho de Jesus?

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