quinta-feira, 4 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (309)

309 | Ano B | Oitava da Páscoa | Sexta-feira | João 21,1-14

05/04/2024

O conjunto dos relatos dos evangelhos nos leva a compreender que a ressurreição de Jesus está ligada ao testemunho da tumba vazia, mas passa necessariamente pela experiência pessoal da presença do crucificado e ressuscitado, e nos leva ao testemunho vivo, corajoso e público de que ele vive, e seu projeto de vida continua válido. É para isso que recebemos seu Espírito.

No trecho do evangelho de hoje, João relata como Jesus ressuscitado aparece uma terceira vez, a sete apóstolos, às margens do lago de Tiberíades. É difícil entender por quê, mesmo depois da manifestação a portas fechadas na noite da páscoa, do sopro do Espírito Santo sobre eles, e da nova manifestação com a presença de Tomé, os discípulos continuam desanimados e incrédulos.

Envolvidos por uma noite existencial e ideológica, sete membros do grupo dos Doze, liderados por Pedro, decidem voltar atrás, e, aparentemente, retomar o ofício que haviam abandonado para seguir Jesus: o ofício de pescadores. É como se o sonho tivesse acabado em pesadelo, e como se o único desejo deles fosse voltar à “velha normalidade”. Mas, apesar da experiência acumulada e do empenho na atividade noturna, experimentam uma frustração ainda mais forte e profunda que aquela provocada pela crucifixão de Jesus.

Além de estarem sem rumo, os discípulos sentem também a falta de algo que os alimente. Eles haviam esquecido que o alimento do discípulo é fazer a vontade do Pai e completar sua obra (cf. Jo 4,34), e que só em Jesus eles encontravam palavras de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na fuga para trás, vivem a noite escura da fé, tateiam sem rumo. Para reencontrar a vida, precisam confiar de novo na Palavra de Jesus. E é isso que fazem.

Meio a contragosto, e sem saberem de quem partia exatamente a ordem, eles lançam de novo a rede. E, além de um surpreendente e inesperado êxito na pesca, recuperam a coragem de se jogar no mar bravio do testemunho e da profecia. Diante da pesca abundante, mas ainda dolorido pelo seu “papelão” durante a paixão, Pedro se joga no mar e vai ao encontro de Jesus, que esperava e recebe os discípulos, com peixe e pão. Mas a reação deles parece uma mistura de vergonha e desconfiança, sem sinais de alegria. Por quê?

 

Meditação:

·        Leia atentamente, palavra por palavra, gesto por gesto, esta cena depois da manifestação de Jesus a Tomé e aos demais apóstolos

·        Preste atenção nos gestos e palavras: pergunta se eles têm pão; manda lançar as redes de novo; oferece peixe e pão

·        O que significa a decisão de voltar à pesca, o insucesso que experimentam, e uma nova tentativa à ordem de Jesus?

·        O que esse terceiro encontro de Jesus crucificado e ressuscitado com seus discípulos significa para nós hoje?

Nenhum comentário: