309 | Ano B | Oitava da Páscoa | Sexta-feira | João
21,1-14
05/04/2024
O conjunto dos
relatos dos evangelhos nos leva a compreender que a ressurreição de Jesus está
ligada ao testemunho da tumba vazia, mas passa necessariamente pela experiência
pessoal da presença do crucificado e ressuscitado, e nos leva ao testemunho
vivo, corajoso e público de que ele vive, e seu projeto de vida continua
válido. É para isso que recebemos seu Espírito.
No trecho do
evangelho de hoje, João relata como Jesus ressuscitado aparece uma terceira
vez, a sete apóstolos, às margens do lago de Tiberíades. É difícil entender por
quê, mesmo depois da manifestação a portas fechadas na noite da páscoa, do
sopro do Espírito Santo sobre eles, e da nova manifestação com a presença de
Tomé, os discípulos continuam desanimados e incrédulos.
Envolvidos por
uma noite existencial e ideológica, sete membros do grupo dos Doze, liderados
por Pedro, decidem voltar atrás, e, aparentemente, retomar o ofício que haviam
abandonado para seguir Jesus: o ofício de pescadores. É como se o sonho tivesse
acabado em pesadelo, e como se o único desejo deles fosse voltar à “velha
normalidade”. Mas, apesar da experiência acumulada e do empenho na atividade
noturna, experimentam uma frustração ainda mais forte e profunda que aquela
provocada pela crucifixão de Jesus.
Além de estarem
sem rumo, os discípulos sentem também a falta de algo que os alimente. Eles
haviam esquecido que o alimento do discípulo é fazer a vontade do Pai e
completar sua obra (cf. Jo 4,34), e que só em Jesus eles encontravam palavras
de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na fuga para trás, vivem a noite escura da fé,
tateiam sem rumo. Para reencontrar a vida, precisam confiar de novo na Palavra
de Jesus. E é isso que fazem.
Meio a
contragosto, e sem saberem de quem partia exatamente a ordem, eles lançam de
novo a rede. E, além de um surpreendente e inesperado êxito na pesca, recuperam
a coragem de se jogar no mar bravio do testemunho e da profecia. Diante da pesca abundante, mas ainda dolorido
pelo seu “papelão” durante a paixão, Pedro se joga no mar e vai ao encontro de
Jesus, que esperava e recebe os discípulos, com peixe e pão. Mas a reação deles
parece uma mistura de vergonha e desconfiança, sem sinais de alegria. Por quê?
Meditação:
·
Leia
atentamente, palavra por palavra, gesto por gesto, esta cena depois da
manifestação de Jesus a Tomé e aos demais apóstolos
·
Preste
atenção nos gestos e palavras: pergunta se eles têm pão; manda lançar as redes
de novo; oferece peixe e pão
·
O que significa
a decisão de voltar à pesca, o insucesso que experimentam, e uma nova tentativa
à ordem de Jesus?
·
O que
esse terceiro encontro de Jesus crucificado e ressuscitado com seus discípulos
significa para nós hoje?
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