quinta-feira, 25 de abril de 2024

A luz do Evangelho em nossa vida (331)

331 | Ano B | 4ª Semana da Páscoa | Sexta-feira | João 14,1-6

26/04/2024

Este texto está situado no contexto do lava-pés, como parte de uma catequese que desenvolve o significado desse gesto de Jesus para confortar os discípulos. Na verdade, eles ficam desconcertados e confusos com o ensino e a prática de Jesus, como também pela percepção de que traições se desenhavam entre eles.

Estava clara uma espécie de divórcio entre as expectativas de sucesso, segurança e libertação política que os discípulos alimentavam, por um lado, e a proposta de Jesus centrada na reconciliação e na fraternidade, no serviço gratuito aos mais vulneráveis, por outro. O gesto do pão e do vinho, antecipando a sua paixão e morte, e o sinal do lava-pés, afirmando a igualdade fundamental de todos diante de Deus, chega a escandalizá-los.

Neste diálogo, Jesus procura consolar e confortar aqueles/as que ele ama e que o seguem. E começa afirmando que no “lar” do Pai, de onde ele vem e para onde ele volta, existe lugar para todos/as, lugar que o próprio Jesus prepara. Mas para chegar lá, os discípulos devem leva-lo mais a sério. “Acreditem no Pai acreditando em mim”, diz Jesus, de modo imperativo. É assim que poderão ser acolhidos por Jesus na plenitude e gratuidade do amor que ele vive.

Mas, para chegar e habitar na intimidade familiar com o Pai e experimentar a vida em sua plenitude só há um caminho: o estilo de vida de Jesus, o caminho do amor sem medida, que relativiza a própria vida. Vida é a meta, o termo da caminhada. Neste caminho que é Jesus, o/a discípulo descobre a verdade sobre si mesmo/a e sobre Deus: nascemos do amor, vivemos por amor e morremos por amor. O amor está no caminho, no dinamismo de crescimento e amadurecimento, e a vida é a meta ou o resultado esperado.

O caminho, a verdade e a vida é a pessoa e o Evangelho Jesus, e não esta ou aquela religião, esta ou aquela doutrina, uma ou outra denominação cristã. Como discípulos/as, jamais poderemos relativizar a pessoa e a proposta de Jesus. Se o fizermos, estaremos caindo na mentira, perdendo-nos nas encruzilhadas, caindo prisioneiros/as da morte, fora do nosso “lar”.

 

Meditação:

·    Recomponha na memória os gestos as palavras desse diálogo de Jesus com os seus discípulos no ambiente da última ceia

·    Será que também nós perdemos a noção da meta da vida cristã (a vida plena no amor sem medidas) e, por isso, estamos confusos?

·    O que mais nos deixa perplexos e confusos, no atual momento da Igreja, do Brasil e do mundo? Ou somos indiferentes a tudo?

·    O que seria concretamente a “verdade” e a “vida” para as quais Jesus afirma ser o caminho?

·    Cremos em Deus acreditando verdadeiramente em Jesus, ou projetamos em Jesus nossas surradas ideias sobre Deus?

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