331 | Ano B | 4ª Semana da Páscoa | Sexta-feira | João
14,1-6
26/04/2024
Este texto está situado
no contexto do lava-pés, como parte de uma catequese que desenvolve o
significado desse gesto de Jesus para confortar os discípulos. Na verdade, eles
ficam desconcertados e confusos com o ensino e a prática de Jesus, como também
pela percepção de que traições se desenhavam entre eles.
Estava clara uma
espécie de divórcio entre as expectativas de sucesso, segurança e libertação
política que os discípulos alimentavam, por um lado, e a proposta de Jesus
centrada na reconciliação e na fraternidade, no serviço gratuito aos mais
vulneráveis, por outro. O gesto do pão e do vinho, antecipando a sua paixão e
morte, e o sinal do lava-pés, afirmando a igualdade fundamental de todos diante
de Deus, chega a escandalizá-los.
Neste diálogo,
Jesus procura consolar e confortar aqueles/as que ele ama e que o seguem. E
começa afirmando que no “lar” do Pai, de onde ele vem e para onde ele volta,
existe lugar para todos/as, lugar que o próprio Jesus prepara. Mas para chegar
lá, os discípulos devem leva-lo mais a sério. “Acreditem no Pai acreditando em
mim”, diz Jesus, de modo imperativo. É assim que poderão ser acolhidos por
Jesus na plenitude e gratuidade do amor que ele vive.
Mas, para chegar
e habitar na intimidade familiar com o Pai e experimentar a vida em sua
plenitude só há um caminho: o estilo de vida de Jesus, o caminho do amor sem
medida, que relativiza a própria vida. Vida é a meta, o termo da caminhada.
Neste caminho que é Jesus, o/a discípulo descobre a verdade sobre si mesmo/a e
sobre Deus: nascemos do amor, vivemos por amor e morremos por amor. O amor está
no caminho, no dinamismo de crescimento e amadurecimento, e a vida é a meta ou
o resultado esperado.
O caminho, a
verdade e a vida é a pessoa e o Evangelho Jesus, e não esta ou aquela religião,
esta ou aquela doutrina, uma ou outra denominação cristã. Como discípulos/as,
jamais poderemos relativizar a pessoa e a proposta de Jesus. Se o fizermos,
estaremos caindo na mentira, perdendo-nos nas encruzilhadas, caindo
prisioneiros/as da morte, fora do nosso “lar”.
Meditação:
· Recomponha na memória os gestos as palavras desse diálogo de
Jesus com os seus discípulos no ambiente da última ceia
· Será que também nós perdemos a noção da meta da vida cristã (a
vida plena no amor sem medidas) e, por isso, estamos confusos?
· O que mais nos deixa perplexos e confusos, no atual momento da
Igreja, do Brasil e do mundo? Ou somos indiferentes a tudo?
· O que seria concretamente a “verdade” e a “vida” para as quais
Jesus afirma ser o caminho?
· Cremos em Deus acreditando verdadeiramente em Jesus, ou
projetamos em Jesus nossas surradas ideias sobre Deus?
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