sexta-feira, 14 de março de 2025

A medida do amor cristão

A medida do amor cristão é amar sem impor condições  | 652 | 13.03.2025 | Mateus 5,43-48

Na escuta do evangelho de ontem, fomos provocados a viver uma justiça maior do que a justiça dos fariseus. “Não matar” não é a medida máxima, mas a medida mínima do amor. Porque nosso próximo, sendo diferente, e até mesmo divergente de nós, é um dom, um presente, relacionar-se bem com ele jamais será um peso, uma grande alegria. E o caminho para isso é a disposição permanente à reconciliação.

No trecho do evangelho que estamos meditando hoje, Jesus nos oferece um segundo exemplo de uma justiça maior que a justiça dos fariseus: não basta amar o próximo (aqueles que são iguais, pertencem ao mesmo sangue, à mesma religião, à mesma ideologia, ao mesmo grupo de interesses) e cultivar uma olímpica indiferença ou uma belicosa agressividade com os inimigos (os outros, os diferentes, os adversários, os que não pertencem aos nossos círculos de relacionamento).

A reciprocidade entre amigos e próximos pode ser sinal de egoísmo de grupo e não ter nada de Evangelho ou de cristão. “Os pagãos e os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?” O amor não é espontaneidade, gentileza acomodada que evita a realidade e os conflitos, nem algo facultativo, que depende da ocasião ou do estado de espírito. Para os cristãos, o amor é atitude e decisão. E a experiência demonstra que é mais fácil odiar os inimigos que amar o próximo.

Para Jesus, e para quem segue seu caminho, a medida do amor é o próprio Deus, que envia o sol e a chuva para maus e bons. Ele é pai que dá vida de forma indiscriminada e incondicional, por mais que não gostemos disso. Deus é perfeito no seu amor, e o amor perfeito deve ser pleno e inclusivo, e não dividido ou condicional. E os filhos devem imitar o Pai, como os discípulos devem imitar o Mestre.

O amor aos inimigos, aos que se opõem a nós ou nos perseguem, é o mandamento mais exigente de Jesus. Amar concreto e em bitola universal é um desafio que pede profecia e um estilo de vida contra cultural e alternativo, que não ignora nem protege relações iníquas e distorcidas. O poeta nos pede para amar como se não houvesse amanhã. Mas é mais correto dizer: amemos e cuidemos, para que haja amanhã.

                                                                  

Meditação:

§ Que impacto tem sobre você este ensino de Jesus: não é suficiente amar os próximos, é preciso amar os inimigos?

§ Como entender hoje a contraposição que Jesus faz entre o amor aos iguais (reciprocidade) e o amor aos inimigos (gratuidade)?

§ Como você, sua família e sua comunidade podem concretizar este ensinamento de Jesus de amar e respeitar os “diferentes”?

§ Quem são as pessoas que hoje você vê como ameaça ou inimigo?

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