Que o Senhor nos dê um coração puro e um espírito decidido | 649 | 12.03.2025
| Lucas 11,29-32
A missão de Jesus não era aceita
unanimemente, pois provocava muitas controvérsias. Algumas lideranças religiosas
diziam que, para curar doentes e possessos, Jesus havia feito uma aliança com a
Diabo. Ele se defendia com ações, com sólidos argumentos e recorrendo a
parábolas. Alguém elogia a mãe dele por ter trazido ao mundo alguém tão
especial, que falava com sabedoria e ensinava com amor. E Jesus reage afirmando
que a honra pertence a quem ouve e pratica a Palavra de Deus.
Diante rejeição e do fechamento das pessoas,
especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante
do insistente pedido para que apresentasse suas credenciais de enviado de Deus
realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é uma
geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo
operando sinais grandiosos. E não faz nenhum milagre.
Jesus diz que o sinal do profeta Jonas
continua em vigor, e vale para os seus interlocutores: um apelo forte à mudança
de atitudes e de interesses, voltando-se de coração a Deus e à sua vontade, e
servindo ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus apresenta a si
mesmo como sinal, de modo que aqueles que não reconhecem o sinal da ação de
Deus na sua compaixão pelos vulneráveis estão dando as costas a Deus.
Numa postura claramente provocativa, Jesus
afirma ainda que os “piedosos” judeus que o rejeitam são piores que os pagãos
que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã reconheceu a sabedoria de
Salomão, e o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas e se converteu,
eles, em nome de uma limitada imagem de Deus, desprezam o Filho do Homem, que é
maior que Salomão e que Jonas.
Precisamos
aprender que Deus ama manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos, mas
eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas: na
compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo, na comunhão com os últimos, na
acolhida e no perdão aos pecadores, na morte na cruz. A conversão ao Reino de
Deus precede qualquer milagre. E aqueles que são chamados e desprezados como
pagãos, por suas atitudes de conversão, serão juízes dos piedosos judeus.
Meditação:
§ Será
que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas
humanitárias de gente de outros grupos e religiões?
§ Poderíamos
afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao
Evangelho do Reino de Deus?
§ Somos
capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal
mais eloquente de sua divindade?
§ Ou ainda
somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar as
coisas que estão ruins?
Um comentário:
Gostei muitíssimo sua colocação do Evangelho com sua meditação. Se na verdade conhecêssemos melhor Jesus suas opções , sua vida paixão morte e ressurreição nossa fé nele seria de conversão diária.
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