terça-feira, 11 de março de 2025

Que o Senhor nos dê um espírito decidido

Que o Senhor nos dê um coração puro e um espírito decidido | 649 | 12.03.2025 | Lucas 11,29-32

A missão de Jesus não era aceita unanimemente, pois provocava muitas controvérsias. Algumas lideranças religiosas diziam que, para curar doentes e possessos, Jesus havia feito uma aliança com a Diabo. Ele se defendia com ações, com sólidos argumentos e recorrendo a parábolas. Alguém elogia a mãe dele por ter trazido ao mundo alguém tão especial, que falava com sabedoria e ensinava com amor. E Jesus reage afirmando que a honra pertence a quem ouve e pratica a Palavra de Deus.

Diante rejeição e do fechamento das pessoas, especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante do insistente pedido para que apresentasse suas credenciais de enviado de Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é uma geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo operando sinais grandiosos. E não faz nenhum milagre.

Jesus diz que o sinal do profeta Jonas continua em vigor, e vale para os seus interlocutores: um apelo forte à mudança de atitudes e de interesses, voltando-se de coração a Deus e à sua vontade, e servindo ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus apresenta a si mesmo como sinal, de modo que aqueles que não reconhecem o sinal da ação de Deus na sua compaixão pelos vulneráveis estão dando as costas a Deus.

Numa postura claramente provocativa, Jesus afirma ainda que os “piedosos” judeus que o rejeitam são piores que os pagãos que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã reconheceu a sabedoria de Salomão, e o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas e se converteu, eles, em nome de uma limitada imagem de Deus, desprezam o Filho do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas.

Precisamos aprender que Deus ama manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos, mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas: na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo, na comunhão com os últimos, na acolhida e no perdão aos pecadores, na morte na cruz. A conversão ao Reino de Deus precede qualquer milagre. E aqueles que são chamados e desprezados como pagãos, por suas atitudes de conversão, serão juízes dos piedosos judeus.

                                                                  

Meditação:

§ Será que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas humanitárias de gente de outros grupos e religiões?

§ Poderíamos afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao Evangelho do Reino de Deus?

§ Somos capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal mais eloquente de sua divindade?

§ Ou ainda somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar as coisas que estão ruins?

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muitíssimo sua colocação do Evangelho com sua meditação. Se na verdade conhecêssemos melhor Jesus suas opções , sua vida paixão morte e ressurreição nossa fé nele seria de conversão diária.