Deus sempre exalta os humildes e rebaixa os arrogantes | 655 | 18.03.2025
| Mateus 23,1-12
Esta página do ensino de Jesus, que tem sua origem
na observação crítica da atitude dos fariseus e doutores da lei, ocorre em
Jerusalém, no templo, alguns dias antes da sua prisão e condenação à morte. E
nós a lemos na perspectiva da conversão ao Evangelho, especialmente da ecologia
integral, que é o apelo especial e predominante desse tempo.
Do ponto de vista literário, o episódio vem
antes dos sete “ais” dirigidos por Jesus aos fariseus, e antecipa cinco
exemplos do esforço deles para impressionar o povo. Por fim, a partir do contra-exemplo dos
fariseus, cuja imitação os discípulos devem evitar, Jesus anuncia aos seus
discípulos três mandamentos.
É preciso considerar que o objetivo desta cena,
apesar da linguagem polêmica e do recurso aos clichês, não é propriamente
acusar os fariseus e escribas, mas instruir e prevenir aqueles que seguem a
Jesus. Os interlocutores são membros da comunidade, e Jesus quer que eles façam
uma autocrítica madura e responsável de suas próprias atitudes.
Jesus pede que seus discípulos escutem o que os
escribas leem e proclamam (leis e profetas), mas não deem crédito à
interpretação que fazem e ensinam, e não imitem suas atitudes. A fé em Deus e a
conversão ao Reino de Deus implica na coerência entre ler, falar e agir. E é
nisso que, segundo Jesus, os escribas e fariseus pecam. E seus discípulos não
podem ceder a essa tentação, em hipótese nenhuma.
A crítica de Jesus aos fariseus se concentra em
três atitudes: eles fazem tudo para serem vistos e causar boa impressão sobre o
povo; multiplicam preceitos e proibições sem levar em conta o peso que
representam para o povo; se recusam a mexer um dedo para ajudar o povo a
carregar os fardos que impõem a eles. Por isso, buscam os primeiros lugares e
querem ser chamados e tratados como mestres, líderes e pais.
Isso não pode ser imitado, de
modo nenhum, pelos discípulos de Jesus! Todos somos irmãos e servidores uns dos
outros, iguais em dignidade, filhos do Pai, guiados e instruídos por Jesus. A
igualdade, a fraternidade, o cuidado, a coerência e o serviço configuram nossa
identidade como discípulos missionários de Jesus. E isso é coisa séria!
Meditação:
§ Leia atentamente, palavra por palavra, a
crítica de Jesus aos escribas e fariseus, assim como o que ele pede dos
discípulos
§ O que Jesus critica nos fariseus e escribas?
Que exemplos de ambiguidade deles Jesus apresenta?
§ Será que nós, individualmente e
comunitariamente, não caímos na mesma incoerência e tentação na qual caíram os
fariseus?
§ O que Jesus manda e pede aos seus discípulos?
Como vivemos hoje este tríplice mandamento?
Nenhum comentário:
Postar um comentário