Reconciliemo-nos
com Deus, com os irmãos e com a natureza! | 667 | 30.03.2025 | Lucas 15,1-3.11-32
Avançando em nossa caminhada quaresmal, neste
quarto domingo a Igreja nos brinda hoje com uma das mais belas e conhecidas
páginas dos evangelhos: a conhecida parábola do filho pródigo, que seria mais
justo chamar de “parábola do pai misericordioso”. Explico: partindo das tensões
descritas nos versos 1-3, fica claro que os protagonistas são o pai e o filho
mais velho, e o personagem central da cena não é o filho mais novo.
Enquanto os publicanos e demais categorias de gente
considerada “pecadora” se aproximam e confraternizam com Jesus, os fariseus o
acusam de aliar-se com gente suspeita. Evidentemente, quem critica e acusa se
sente melhor que os outros, superior ou com mais méritos que aqueles que são
acolhidos por Jesus. E a parábola tem exatamente o objetivo de ilustrar como
Deus costuma tratar seus filhos e filhas.
Observemos que o pai tem dois filhos: o filho mais
novo cai na miséria mais extrema, vivendo como estrangeiro e forçado a se
alimentar da ração dada aos porcos (imagem dos publicanos e demais pecadores);
o filho mais velho, cumpridor minucioso das leis e costumes, tem tudo e mais do
que necessita (figura dos fariseus). O primeiro tem a sensação de não ser filho
de Deus; o segundo, se vê cheio de direitos e não aceita a misericórdia.
O pai, que é figura e imagem do Deus do Reino, em
nome de quem Jesus age, trata a ambos como filhos necessitados de acolhida e
amparo, mesmo que não mereçam este tratamento. O pai não se interessa pela
contrição do filho em situação de miséria e nem deixa que ele termine seu “ato
de contrição”. Deus é Pai, e não juiz ou delegado de polícia! Ele não trata
ninguém como empregado, pois todos são seus filhos, e jamais deixam de sê-lo.
Neste mundo, que é sua casa, ele não quer que uns fiquem com tudo e outros
fiquem sem nada, que uns lamentem e outros festejem.
É claro que esta parábola é um chamado contundente
à conversão. Mas este chamado é dirigido ao filho mais velho! É ele que não
reconhece o amor do pai, não dialoga com o irmão, não o reconhece como tal,
nega a fraternidade que torna todos iguais, e defende a primazia do mérito, que
nos separa e nos coloca uns acima dos outros. O filho mais novo, mais
necessitado, entra para a festa. E o filho mais velho, será capaz de fazê-lo?
Meditação:
§ Leia atentamente essa parábola, considerando
os versículos iniciais e a atitude do pai e do irmão mais velho
§ Qual é hoje a reação dos cristãos diante do
chamado da Igreja e do Papa a uma fraternidade sem fronteiras e a uma ecologia
integral?
§ Como você se sente diante dessa parábola? Você
concorda e aceita tranquilamente a atitude do pai?
§ Com qual dos três personagens você se sente
identificado? Com qual deles precisa se identificar para seguir Jesus de
verdade?
Um comentário:
Reflexão lindíssima! Mto obrigada!
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