Não basta rezar; é preciso fazê-lo de forma cristã | 648 | 11.03.2025
| Mateus 6,7-15
As comunidades cristãs, aprenderam e ensinaram, desde
muito cedo, que a oração, junto com a partilha de bens e o jejum, é uma das
formas mais expressivas de viver a quaresma e preparar a páscoa. Jesus supõe a oração como óbvia para
quem acredita em Deus e o segue. Daí que, falando de oração, Jesus chama a
atenção para as atitudes equivocadas na oração, e indica o caminho da oração
cristã.
O texto de hoje está inserido na primeira
grande catequese de Jesus segundo o evangelho de Mateus, conhecido como “Sermão
da Montanha” (Mt 5,1-7,29), e foi omitido na quarta-feira de cinzas. E a
primeira advertência de Jesus em relação à oração é não multiplicar louvores e
pedidos vazios. Hoje parece que se tornou moda promover encontros de oração
massivos e barulhentos, multiplicar Ave-Marias e prolongar tardes de louvor e
orações de intercessão.
Em seguida, Jesus aponta para a atitude de
base que deve ser revelada e cultivada na oração: a discrição e a dispensa de
toda forma de espetacularização. Mandando “entrar no seu quarto”, Jesus não
está falando do lugar adequado ou exclusivo para rezar, mas sublinha a
necessidade de evitar a publicidade de rezar colocando nossa atenção mais na
impressão que causa nos outros que em Deus.
Finalmente, Jesus fala do conteúdo essencial
da oração cristã, mas não ensina uma oração a mais. Na primeira parte, a ênfase
está no compromisso e na ação: santificar o nome de Deus, ou aceitar que Deus
não seja o espelho dos nossos egoísmos, mas faça justiça às vítimas; agir para que
o reino de Deus venha a com sua força demolidora dos muros; que pratiquemos a
vontade de Deus (que todos os seus filhos e filhas tenham vida em abundância)
em todos os tempos e lugares
Na segunda parte,
Jesus nos ensina a pedir a Deus aquilo que é essencial à nossa convivência: o
alimento necessário à vida cotidiana e comum; o perdão que desfaz muros e reata
relações rompidas; a liberdade diante das pessoas e estruturas que resistem e
se opõem ao Reino de Deus. O resto deve ser fruto do essencial, e nos vem por
acréscimo.
Meditação:
§ Leia
atentamente, palavra por palavra, a advertência e o ensino de Jesus sobre a
atitude e o conteúdo da oração cristã
§ Que
lugar a oração (e a celebração) ocupa na sua vida, na vida da sua família e da
sua comunidade cristã?
§ Quais
são os pedidos (e os agradecimentos) que você repete mais amiúde em nossa
oração pessoal, familiar e comunitária?
§ Em
que medida o desejo de que a vontade do Pai e a ação transformadora do seu
Reino ocupam o centro da sua oração?
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