quarta-feira, 5 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (39)

Ano A | 13ª Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 9,1-8

(06/07/2023)

Jesus volta à Galileia e à sua cidade, depois de uma breve incursão humanitária e missionária em território pagão, onde sua ação emancipadora foi mal recebida pela população, que preferiu ficar com as migalhas de segurança do império romano a fazer a travessia para a liberdade e a autonomia. Também na Galileia, em sua terra e entre os seus, sua ação libertária causa desconforto, divisão e polêmica. Entende-se, por isso, que ele seja seguido de perto e vigiado pelos mestres da lei, tanto os enviados pelo templo como os que viviam aí.

Eis que um homem paralítico e, por isso, em situação de marginalização social e religiosa, é levado por seus familiares e vizinhos à presença de Jesus. Para tanto, seus próximos superam diversas barreiras e, no incansável empenho deles, Jesus reconhece o dinamismo da fé que os move, acolhe com ternura o paralítico chamando-o de filho. Como Jesus conhece a estreita relação que a cultura estabelece entre enfermidade e pecado, começa removendo ou perdoando o pecado, e conclui mandando que ele se levante e caminhe sobre os próprios pés, emancipado e autônomo.

Os representantes da elite religiosa, que se manifesta pela primeira vez no pensamento e no protesto dos mestres da lei, acusa Jesus de estar usurpando o poder de Deus e, por isso, blasfemando. Eles se consideram os únicos intérpretes autorizados da lei e defensores exemplares da ortodoxia. Como leu o que motivou a ação das pessoas que levaram o paralítico até ele, Jesus também leu os pensamentos dos seus opositores, e os acusa de pensar e tramar o mal, de estarem, com essa atitude, se afastando da vontade de Deus.

Como enviado e comissionado pelo Pai, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão e da cura. Ele passa do perdão – ação interior, cujos frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. O evangelista diz que, diante do que viu, o povo ficou com medo (temor ou trepidação frente a um claro sinal da presença de Deus) e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos (“aos homens”). É claro que nessa nota de Mateus, ressoa também a experiência já consolidada da comunidade cristã, que, décadas depois, continua fazendo o que aprendeu de Jesus.

 

Meditação:

·     Contemple a cena passo a passo, palavra por palavra, gesto por gesto, e deixe-se envolver nela

·     O que o gesto e as palavras de Jesus significam para você, na situação de distanciamento social, medo e prostração que vivemos?

·     Quais são as pessoas em dificuldade que você ajudou a “carregar” até Jesus para que possam reencontrar a vida?

·     Quem são as pessoas que continuam conduzindo você a um encontro vivo e revitalizador com Jesus?

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