Ano A | 13ª
Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 9,1-8
(06/07/2023)
Jesus volta à Galileia e à sua cidade, depois de
uma breve incursão humanitária e missionária em território pagão, onde sua ação
emancipadora foi mal recebida pela população, que preferiu ficar com as
migalhas de segurança do império romano a fazer a travessia para a liberdade e
a autonomia. Também na Galileia, em sua terra e entre os seus, sua ação
libertária causa desconforto, divisão e polêmica. Entende-se, por isso, que ele
seja seguido de perto e vigiado pelos mestres da lei, tanto os enviados pelo
templo como os que viviam aí.
Eis que um homem paralítico e, por isso, em
situação de marginalização social e religiosa, é levado por seus familiares e
vizinhos à presença de Jesus. Para tanto, seus próximos superam diversas
barreiras e, no incansável empenho deles, Jesus reconhece o dinamismo da fé que
os move, acolhe com ternura o paralítico chamando-o de filho. Como Jesus
conhece a estreita relação que a cultura estabelece entre enfermidade e pecado,
começa removendo ou perdoando o pecado, e conclui mandando que ele se levante e
caminhe sobre os próprios pés, emancipado e autônomo.
Os representantes da elite religiosa, que se
manifesta pela primeira vez no pensamento e no protesto dos mestres da lei,
acusa Jesus de estar usurpando o poder de Deus e, por isso, blasfemando. Eles
se consideram os únicos intérpretes autorizados da lei e defensores exemplares
da ortodoxia. Como leu o que motivou a ação das pessoas que levaram o
paralítico até ele, Jesus também leu os pensamentos dos seus opositores, e os
acusa de pensar e tramar o mal, de estarem, com essa atitude, se afastando da
vontade de Deus.
Como enviado e
comissionado pelo Pai, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão
e da cura. Ele passa do perdão – ação interior, cujos frutos não são visíveis –
à cura, que é o lado visível da mesma ação. O evangelista diz que, diante do
que viu, o povo ficou com medo (temor ou trepidação frente a um claro sinal da
presença de Deus) e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus
discípulos (“aos homens”). É claro que nessa nota de Mateus, ressoa também a
experiência já consolidada da comunidade cristã, que, décadas depois, continua
fazendo o que aprendeu de Jesus.
Meditação:
· Contemple
a cena passo a passo, palavra por palavra, gesto por gesto, e deixe-se envolver
nela
· O
que o gesto e as palavras de Jesus significam para você, na situação de
distanciamento social, medo e prostração que vivemos?
· Quais
são as pessoas em dificuldade que você ajudou a “carregar” até Jesus para que
possam reencontrar a vida?
· Quem
são as pessoas que continuam conduzindo você a um encontro vivo e revitalizador
com Jesus?
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