Ano A
|Solenidade de São Pedro e São Paulo | Mateus 16,13-19
(02/07/2023)
O livro dos Atos dos Apóstolos nos
lembra que Pedro, nosso ‘primeiro Papa’, foi presidiário! As chaves prometidas
por Jesus Cristo não serviram para abrir as algemas e a porta que prenderam
Pedro! Depois de ter sido um fariseu zeloso e violento, e acumulado muitos méritos
e honras por causa disso, Paulo foi conquistado por Jesus Cristo e, como muitos
outros da sua geração, foi denunciado, perseguido, encarcerado e finalmente
executado. Ele assimilou o que Jesus dissera ao enviar os Doze: “Não tenham
medo de nada!”
Pedro e Paulo eram membros de
comunidades cristãs, e o vínculo entre a comunidade e seus líderes presos se
mostra de um modo comovente no relato dos Atos dos Apóstolos. “Enquanto Pedro
era mantido na prisão, a Igreja orava continuamente por ele.” Um pouco antes,
quando Pedro e João haviam sido liberados da prisão, a comunidade pedia em
oração: “Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem, e concede que teus servos
anunciem corajosamente a tua Palavra” (At 4,29). Diante da perseguição, as
comunidades pedem coragem, e não tranquilidade. O que as sustenta é o encontro
com Deus em Jesus Cristo.
Jesus faz uma pergunta decisiva aos
discípulos: “Quem sou eu para vocês?” Na voz de Pedro, esta é a primeira vez
que um discípulo o reconhece e proclama Messias. Porém, mesmo sem rejeitar a
confissão de Pedro e dos demais discípulos, Jesus prefere falar de si mesmo
como Filho do Homem, e não como Filho de Deus (cf. Mt 11,19; 12,8; 12,32),
acentuando assim seus vínculos com a humanidade. Isso significa que somente
quem está aberto e sintonizado com a lógica e a vontade de Deus pode reconhecer
a presença de Deus nas ações e palavras deste filho da humanidade e irmão de
todos os seres humanos. Esta é a base sólida sobre a qual Jesus Cristo constrói
a comunidade cristã, literalmente, a assembleia dos chamados, e contra a qual
nada prevalece.
Crer, confiar, partilhar e anunciar:
estes são os verbos essenciais da gramática vital dos cristãos. Só chega à meta
da caminhada de discípulo/a missionário/a quem conjuga estes verbos em todos os
tempos, modos e pessoas. É nesta perspectiva que, escrevendo a Timóteo na cela
da prisão, Paulo faz um balanço de sua vida e suas palavras são eloquentes e
comoventes: “Chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a
corrida, guardei a fé.”
Meditação:
· Procure
afastar-se das respostas aprendidas, e responda à pergunta de Jesus,
descrevendo o lugar que ele ocupa na sua vida, e como ele influi nas suas
relações, ações e opções
· Recorde
as consequências que esta resposta de Pedro tem na vida dele, de Paulo e dos/as
discípulos/as que vieram depois deles
· Deixe
ressoar em você a palavra de Jesus: “Feliz és tu, porque não foi um ser humano
que te revelou isso, mas o meu Pai!”
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