Ano A | 16ª
Semana Comum | Sexta-feira | Mateus 13,18-23
(28/07/2023)
Jesus apresentou à multidão a parábola do semeador,
ao que parece, originalmente focalizada no personagem que semeia. Era uma
ilustração da própria missão de Jesus. Como vimos, a compreensão das parábolas
engaja os ouvintes, provoca uma tomada de posição. E, posteriormente, sua interpretação
depende tanto do contexto literário original como do contexto existencial,
social e eclesial do leitor.
Hoje, Mateus nos apresenta uma das possíveis interpretações da parábola do semeador. Essa
releitura é feita no contexto da rejeição do Evangelho do Reino de Deus
experimentada pela Igreja nascente. Por isso, o foco se desloca do semeador
para o destino das sementes, para a qualidade do terreno que recebe a
semeadura, vale dizer, do evangelizador para a atitude dos ouvintes do
Evangelho do Reino.
Um primeiro grupo de ouvintes é aquele dos que
ouvem o anúncio do Reino sem se envolver nem entender, e a novidade desaparece
sem sequer ter germinado. Um segundo grupo recebe o anúncio do Reino com
alegria, intuiu seu valor, mas não o aprofunda, não reflete, fica na
superficialidade, e, diante da perseguição, tropeça, definha e abandona o
seguimento de Jesus. Há um terceiro grupo que acolhe e compreende o Reino de
Deus, mas é a ambição e não Deus que comanda suas decisões, de modo que o
mistério do reino de Deus acaba asfixiado.
Na explicação que Jesus dá do dinamismo do Reino
expresso na parábola, Jesus é muito realista, e constata que ¾ (ou 75%) dos
seus interlocutores não compreendem adequadamente e não aderem à novidade do
reino de Deus. Mas Jesus se alegra com a adesão dos 25%, da quarta parte, que é
composta pelos pequenos e humildes que compreendem, assimilam e se comprometem,
e se fazem seus discípulos/as.
Estes últimos são os/as discípulos/as
missionários/as dão uma resposta generosa e fecunda de 100, 60 e 30 por 1! É
verdade que três sobre quatro ouvintes fracassam, mas, por causa de, apenas um,
a semeadura do Reino não fracassará! Não tem nenhum fundamento evangélico o
medo de alguns setores da Igreja quando sugerem não arriscar o anúncio do
Evangelho numa sociedade secular.
Meditação:
·
Você percebe que, às
vezes, diante do Evangelho, se comporta como terreno duro de beira de estrada,
terreno superficial e terra dominada por espinheiros?
·
Como estamos
demonstrando que acolhemos com alegria, compreendemos e perseveramos no projeto
do Reino de Deus ao qual Jesus nos chama?
·
Quais são concretamente
os frutos do Evangelho em nossa vida, especialmente através da sua meditação
diária?
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