segunda-feira, 17 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (51)

Ano A | 15ª Semana Comum | Terça-feira | Mateus 11,20-24

(18/07/2023)

Mateus nos diz que, no final da sua catequese missionária, Jesus partiu para pregar e anunciar o Evangelho do Reino de Deus nas cidades da redondeza. Ele é procurado pelos discípulos de João Batista, que não conseguem entender os sinais do Reino que Jesus realiza (cf. 11,2-15). E Jesus lamenta o fato de que, fechadas em si mesmas, as pessoas rejeitam tanto pregação de João Batista, por sua rigidez, quanto o ensino de Jesus, por seu liberalismo (cf. 11,16-19). Eles querem que Deus dance conforme a música que eles tocam!

Nesse contexto, podemos entender a reação dura de Jesus na cena que estamos meditando hoje. Ele censura, repreende e praticamente amaldiçoa a cidade onde mora (Cafarnaum), e as vizinhas cidades de Corazim e Betsaida. Para Jesus, a atitude do povo de Cafarnaum é mais grave que a proverbial maldade de Sodoma, e a postura das duas outras, é pior que o comportamento reprovável de Tiro e Sidônia, duas cidades pagãs conhecidas no Antigo Testamento pela ostentação e pelas injustiças.

Estas cidades às quais Jesus dirige suas advertências são centros regionais, e nelas vivem as elites que estendem seu domínio no entorno, inclusive na Galileia. Estas cidades se fecham aos sinais que Jesus realiza e pedem uma mudança profunda de atitudes. Rejeitam a oportunidade que Jesus lhes abre com seu anúncio e suas ações, e isso é mais grave que a rejeição dos profetas ou o não cumprimento dos mandamentos do decálogo.

Esta é a primeira vez, no evangelho segundo Mateus, que Jesus fala em condenação. Ele não ameaça, mas lembra que as escolhas e decisões do povo e das lideranças destas cidades tem suas consequências. Se é verdade que em Cafarnaum há algumas respostas positivas (o paralítico e seus amigos, Mateus e seus colegas, um chefe e uma mulher anônima), a atitude majoritária da população local, especialmente das lideranças, é de indiferença.

O/a verdadeiro/a discípulo/a missionário/a, que precisa estar em contínua formação e iniciação para assimilar e viver de modo coerente e radical a novidade do Reino de Deus, não pode perder a chance de se converter. Conversão é tarefa que se renova a cada dia! No seguimento de Jesus ninguém vive dos créditos do passado, nem dos merecimentos dos parentes e dos amigos! De nada vale reivindicar a pertença formal a um povo ou a uma Igreja.

 

Meditação:

·    Sublinhe ou se detenha na frase ou afirmação de Jesus que lhe parece mais forte e surpreendente

·    Procure confrontar essa palavra com a vida e missão de Jesus, especialmente sua entrega na cruz

Quais são as dimensões da sua vida e da sua prática que mais carecem de mudança para se assemelhar à de Jesus?

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