Ano A | 15ª
Semana Comum | Terça-feira | Mateus 11,20-24
(18/07/2023)
Mateus nos diz que, no final da sua catequese
missionária, Jesus partiu para pregar e anunciar o Evangelho do Reino de Deus
nas cidades da redondeza. Ele é procurado pelos discípulos de João Batista, que
não conseguem entender os sinais do Reino que Jesus realiza (cf. 11,2-15). E
Jesus lamenta o fato de que, fechadas em si mesmas, as pessoas rejeitam tanto
pregação de João Batista, por sua rigidez, quanto o ensino de Jesus, por seu
liberalismo (cf. 11,16-19). Eles querem que Deus dance conforme a música que
eles tocam!
Nesse contexto, podemos entender a reação dura de Jesus
na cena que estamos meditando hoje. Ele censura, repreende e praticamente
amaldiçoa a cidade onde mora (Cafarnaum), e as vizinhas cidades de Corazim e
Betsaida. Para Jesus, a atitude do povo de Cafarnaum é mais grave que a
proverbial maldade de Sodoma, e a postura das duas outras, é pior que o
comportamento reprovável de Tiro e Sidônia, duas cidades pagãs conhecidas no
Antigo Testamento pela ostentação e pelas injustiças.
Estas cidades às quais Jesus dirige suas
advertências são centros regionais, e nelas vivem as elites que estendem seu
domínio no entorno, inclusive na Galileia. Estas cidades se fecham aos sinais
que Jesus realiza e pedem uma mudança profunda de atitudes. Rejeitam a
oportunidade que Jesus lhes abre com seu anúncio e suas ações, e isso é mais
grave que a rejeição dos profetas ou o não cumprimento dos mandamentos do
decálogo.
Esta é a primeira vez, no evangelho segundo Mateus,
que Jesus fala em condenação. Ele não ameaça, mas lembra que as escolhas e
decisões do povo e das lideranças destas cidades tem suas consequências. Se é
verdade que em Cafarnaum há algumas respostas positivas (o paralítico e seus
amigos, Mateus e seus colegas, um chefe e uma mulher anônima), a atitude
majoritária da população local, especialmente das lideranças, é de indiferença.
O/a verdadeiro/a discípulo/a missionário/a, que
precisa estar em contínua formação e iniciação para assimilar e viver de modo
coerente e radical a novidade do Reino de Deus, não pode perder a chance de se
converter. Conversão é tarefa que se renova a cada dia! No seguimento de Jesus
ninguém vive dos créditos do passado, nem dos merecimentos dos parentes e dos
amigos! De nada vale reivindicar a pertença formal a um povo ou a uma Igreja.
Meditação:
· Sublinhe
ou se detenha na frase ou afirmação de Jesus que lhe parece mais forte e
surpreendente
· Procure confrontar essa palavra com a vida e missão de Jesus, especialmente sua entrega na cruz
Quais são as dimensões da sua vida e da sua prática que mais carecem de mudança para se assemelhar à de Jesus?
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