Ano A | 15ª
Semana Comum | Quarta-feira | Mateus 11,25-27
(19/07/2023)
Ontem, na final da breve reflexão sobre as
advertências que Jesus dirigia aos seus discípulos, dizíamos que o verdadeiro
discípulo/a missionário/a, em contínua formação, não pode perder a chance de se
converter, a cada dia. Conversão é tarefa que se renova a cada amanhecer! No
breve texto de hoje, Jesus muda radicalmente de tom, e se dirige carinhosamente
aos discípulos e discípulas, como que para consolar e fortalecer quem se sente
inseguro.
Na sua lucidez, Jesus não ignora a divisão e a
rejeição que seu Evangelho provoca. Mas, a partir da sua intimidade com o Pai,
percebe que há gente generosa que o acolhe, adere a ele, muda o rumo da vida. E
sabe que essa é a vontade do Pai: que o Reino de Deus, que pertence aos
pequenos, humildes e pobres, seja por eles levado adiante. Nisso, os sábios das
academias e os poderosos entronados contam pouco.
Os sábios e entendidos que se fecham à Boa Notícia
do Reino de Deus são as elites culturais, políticas e religiosas, todos os
grupos que se sentem superiores, sabidos e seguros, e não conseguem admitir
nada além dos próprios interesses de classe. Mas, entre eles, há também outros
menos elitizados, que se deixam influenciar por essa mentalidade, e se fecham à
novidade libertadora de Deus: algumas cidades, gente do povo e até parentes de
Jesus.
Os “pequeninos” são as pessoas humildes, sem
segurança, receptivas ao Evangelho e à pessoa de Jesus, aquelas que o seguem
como discípulos/as, dispostos/as e aprender sempre. São as pessoas mais
vulneráveis, às vezes iludidas pelos doutores da lei, a até vistas como tolas.
São as pessoas que entram para a comunidade dos discípulos/as, convictas de que
mestre não é quem sabe tudo, mas quem aprende sempre.
Mas, atenção! Não é pelo fato de sermos contados/as
entre os batizados/as que somos automaticamente discípulos/as e estamos livres
da arrogância de quem pensa saber tudo. Na relação interna em nossas
comunidades, e na postura diante das demais confissões cristãs e outras
religiões, é frequente sentirmo-nos melhores, superiores/as e entendidos/as. Ou
não?
Meditação:
· Sublinhe
ou se detenha na palavra ou frase de Jesus que lhe parece mais bela e
significativa nesse momento
· Em
quais circunstâncias você se percebe agindo como sábio/a e entendido/a, que tem
tudo a ensinar e nada a aprender?
· Como
poderíamos traduzir, com palavras e para as situações de hoje, essa belíssima alocução
de Jesus?
· O
que fazer para deixar-se surpreender a cada dia pelas delicadezas de um Deus
que tem prazer em ser acolhido pelas pessoas humildes e afirmar a dignidade das
vítimas?
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