Ano A | 13ª
Semana Comum | Sexta-feira | Mateus 9,9-13
(07/07/2023)
Depois de curar uma pessoa paralítica, que contou
com o auxílio de pessoas amigas, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos
do perdão e da cura. Ele passa do perdão – que é uma ação interior, cujos
frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. Diante do
que viu, o povo ficou muito impressionado, com muito medo, e glorificou a Deus
por ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos.
No texto de hoje, Jesus se encontra com
Levi, que é cobrador de impostos, colaborador do império romano e, por isso,
também considerado pecador, execrado e banido da convivência social e religiosa
pelos judeus. Jesus não se orienta por preconceitos que excluem, pelas
aparências e exterioridades. Partindo da base e da periferia social, Jesus chama
e congrega pessoas de boa vontade para, com elas, iniciar uma comunidade
alternativa.
Levi responde prontamente ao chamado de
Jesus, e entra no seu caminho. Como não exclui ninguém da mesa do Reino, desde
que a pessoa entre no dinamismo do Reino de Deus, Jesus se confraterniza com
Levi, seus colegas cobradores de impostos e muitas outras pessoas tratadas pelo
judaísmo como pecadoras na casa de Levi. Pecador é o termo usado para designar
e identificar quem desaprova e não vive de acordo com as normas de um grupo.
Essa prática inclusiva e inovadora de
Jesus desestabiliza a ordem social, e, por isso, é criticada pelos fariseus e
mestres da lei. Esta manifestação da misericórdia de Deus é por eles vista como
desconformidade com a vontade de Deus. A condescendência e a justiça de Deus,
assim como é entendida e praticada por Jesus, deslegitima as práticas
excludentes do judaísmo e seus representantes, e também dos seus sucessores
hoje.
Levi tomará parte desta comunidade
vivificadora que compartilha recursos e estabelece relações estáveis de
acolhida e inclusão, e passa a ser visto como modelo de discípulo e apóstolo.
Ele entendeu que Deus quer misericórdia, e não legalismo, que Jesus veio para
quem está necessitado, e não para quem se considera satisfeito. E esse deve ser
o caminho da Igreja e todos os seus organismos.
Meditação:
· Retome
a cena de Mateus trabalhando, sendo interpelado por Jesus, deixando tudo para
segui-lo, e confraternizando-se com ele
· Participe
da cena, da alegria de Mateus e outros pecadores, da postura crítica dos
fariseus e líderes do judaísmo
· Contemple
a vida de Jesus e, com Mateus, acolha e aprenda essa lição fundamental: Deus
quer misericórdia e não sacrifícios
· Como
nós e nossas igrejas acolhemos e praticamos esse princípio fundamental que
orienta toda a vida e a missão de Jesus?
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