Ano A | 13ª
Semana Comum | Sábado | Mateus 9,14-17
(08/07/2023)
Ontem meditamos sobre o texto de Mt 9,9-13, que
narrava o chamado de Mateus e a festa que ele deu a Jesus na sua própria casa.
Da festa, participam muitos outros pecadores e excluídos, como ele. Diante do
manifesto escândalo dos fariseus, Jesus dizia que Deus quer misericórdia, e não
sacrifícios, e que são os doentes os que precisam de médico. E é assim que ele
faz: ele derruba todos os muros que separam e degraus que hierarquizam, e
estabelece a igualdade.
Na cena de hoje, quem se aproxima é um remanescente
grupo de discípulos de João Batista, estranhando o comportamento de Jesus que,
segundo eles, era pouco piedoso em relação ao jejum. E o mesmo comportamento questionável era
assumido pelos discípulos. “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns,
mas os teus discípulos não?” Não parece ser uma acusação, mas um questionamento
sincero de quem havia recebido uma clara ordem de jejum e penitência e estava à
espera do messias prometido pelos profetas.
Para Jesus, o tempo de espera terminou, o Sol da
justiça raiou, o Noivo amado celebrou suas núpcias e o clima não pode ser outro
que o de alegria e júbilo. Os estrangeiros, doentes ou pecadores, e todos os
excluídos, são acolhidos e perdoados gratuitamente. Não há mais lugar para o
jejum, que era uma prática destinada a suplicar o perdão de Deus. A chegada de
Jesus, o Messias esperado, alterou radicalmente a situação social e espiritual.
Para ilustrar a radicalidade do tempo que inaugura,
Jesus lança mão de três alegorias bem ligadas à vida cotidiana do seu povo e de
fácil compreensão para todos: é inadmissível fazer luto e jejum quando estamos
celebrando a festa de casamento de uma pessoa querida; é idiotice colocar um
remendo de pano novo e bom num tecido totalmente arruinado; é inapropriado
guardar vinho novo em barris velhos e frágeis, que podem pôr tudo a perder.
Os/as
discípulos/as de Jesus vivem em comunidades alternativas, dedicados/as a
acolher as pessoas e grupos marginalizados e a celebrar a alegria da chegada do
“tempo da graça”, da festa dos pequenos. As práticas antigas são como roupa
velha e como uma pipa apodrecida. É tempo de abandonar as velhas lições de
morrer pela pátria e viver sem razões.
Meditação:
· Como
poderíamos descrever hoje a novidade do estilo de vida inaugurado e proposto
por Jesus?
· Quais
seriam as práticas antigas que o Evangelho considera superadas, mas que muita
gente ainda continua pregando?
· Quais
seriam os principais remendos que uma vida pouco cristã tenta pregar o tecido
apodrecido do capitalismo e do egoísmo?
· O
que podemos fazer para tornar a vida cristã mais alegre, leve e libertadora?
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