Ano A | 23ª
Semana Comum | Domingo | Lucas 6,12-19
(12/09/2023)
Estamos lendo e
meditando o capítulo 6 do evangelho segundo Lucas. E o fazemos no dia 12 de
setembro, num clima de apreensão diante de tragédias que aprendemos a chamar de
“eventos climáticos extremos” e, ao mesmo tempo, no clima da exacerbação
regionalista patrocinada pela “Semana Farroupilha”, que exalta uma figura
idealizada e promove uma cultura que não consegue esconder seu machismo, seu
racismo e seu classismo.
Mesmo que alguns
dos 12 discípulos escolhidos e enviados sejam pouco conhecidos, Jesus os
“escolheu a dedo” e os chamou pelo nome. Antes de escolher, passou uma noite em
oração, para que não se enganasse na escolha, e eles fossem símbolo do novo
povo de Deus. Ser Apóstolo significa ser enviado, ser porta-voz de Jesus e seu
Evangelho, que, decididamente, não significa proclamar que “o Sul é meu país”,
e que aqui simplesmente “tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o
amor”.
Os Doze participam
da missão do próprio Jesus Cristo, fazem o que ele fez, desfrutam da sua
dignidade, assumem sua meta e trilham seu caminho. Eles recebem a missão de
manter a Palavra de Jesus sempre viva, atual, compreensiva e relevante. São
chamados “pelo alto”, mas enviado ao mundo. São convocados pela Palavra e
consagrados a serviço dela. O fruto dessa missão é o desejo de encontrar Jesus
e de acolher seu Evangelho como a boa terra acolhe a semente e cria as
condições para que germine.
A vocação e a
missão dos Doze emerge da oração de Jesus sobre a montanha. A Igreja nasce da
comunhão de Jesus com o Pai, daquela obediência e daquele amor do que não recua
diante da morte, simbolizada na noite. A vocação dos Doze é também um chamado à
comunhão, que é o objetivo de todo apostolado.
Nossas comunidades e cada um/a de nós somos convocados/as a
renovar nosso ardor missionário, a potencializar nosso testemunho, a dar nossa
resposta concreta e engajada ao Senhor que nos chama através dos clamores e
esperanças do nosso povo ameaçado. Estamos respondendo com a vida “Eis-me aqui,
envia-me”?
Meditação:
· Acompanhe passo a passo o retiro orante,
a escolha nominal e o envio dos Doze Apóstolos, embaixadores do Reino de Deus
· Deixe que ressoe também em você e hoje o
chamado e a escolha de Jesus: “Eu te amo, te chamo, te formo e te envio!”
· Desça da montanha com Jesus, e perceba a
multidão que vem ao encontro dele, abandonada e ferida pelos falsos “messias”
· Como a multidão, procure tocar Jesus, e
deixar-se tocar pela Palavra e pela liberdade solidária e destemida que ele nos
ensina
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