121 | Ano A | 25ª Semana Comum | Sábado | Lucas 9,43-45
(30/09/2023)
Depois do diálogo formativo e revelador
de Jesus com seus discípulos (9,18-22) (que saltamos por causa da festa dos
Santos Anjos e Arcanjos), Lucas descreve a cena da transfiguração de Jesus e
relata a cura de uma criança epilética (cf. 9,23-42), também eles omitidos
porque são indicados na solenidade da transfiguração. Nos três versículos
propostos pela liturgia para hoje, Jesus volta a falar aos discípulos sobre seu
destino como messias.
Quando o povo manifesta um certo
consenso sobre sua identidade profética, Jesus faz questão de insistir no
caminho da paixão na cruz, manifestando sua certeza nada ingênua sobre seu
futuro. Como os discípulos nada percebem e tem dificuldades de entender, Jesus
pede que eles “coloquem na cabeça” este seu anúncio. Sua profecia não é
exatamente a mesma dos seus antecessores.
Jesus quer estimular nos seus
discípulos/as a coragem frente às hostilidades que ele e seus seguidores
seguramente enfrentariam, mas aqueles/as que o seguem mais de perto continuam
obcecados e iludidos com um messianismo político e poderoso e não conseguem
entender nem aceitar o que Jesus lhes diz. Não há seguimento sem enfrentamento
das dificuldades, não há fidelidade ao Evangelho sem discernimento das
exigências das circunstâncias!
Com esse anúncio e com a sua
insistência num messianismo de compaixão e despojamento, Jesus quer “jogar um
balde de água fria” no fogo do entusiasmo popular e nas aspirações
desencontradas e descontroladas dos seus discípulos. Ele baixa a ideia de um
messias glorioso para a um messias despojado, compassivo e contra a miséria. Os
discípulos e discípulas não entendem e têm medo de perguntar porque resistem a
este caminho escolhido por Jesus, que seria também o caminho deles.
Não se trata apenas de uma dificuldade
para entender, mas de uma resistência para aceitar. Essa dificuldade é
claramente ressaltada por Lucas nestes versículos. A ambição de sucesso e de
prosperidade deixa seus discípulos cegos e acorrentados. Quando, ao se referir
a si mesmo, Jesus troca o substantivo “messias” por “filho do homem” não
pretende outra coisa que desfazer essa ilusão que alimentam sobre ele, e
preveni-los em relação ao que os esperaria no futuro. Será que nós, que
seguimos Jesus em pleno século XXI, assimilamos sua lição?
Meditação:
§ Retome
a cena e as orientações de Jesus no evangelho de hoje
§ Deixe-se
surpreender pelo encontro com Jesus e com seu ensino e sabedoria, abandonando
as expectativas de coisas grandes
§ Como
você acolhe o caminho de despojamento solidário em favor da humanidade que
Jesus viveu e nos propõe?
Nenhum comentário:
Postar um comentário