Ano A | 21ª
Semana Comum | Quinta-feira | Mateus 25,14-30
(02/09/2023)
Jesus não desperdiça nenhuma ocasião para ensinar.
Ele desenvolve a corajosa lição de hoje num sábado, na casa de um dos chefes
dos fariseus, logo depois de afirmar que as necessidades de qualquer pessoa
estão acima de toda e qualquer prescrição legal. Iniciando o mês que a Igreja
do Brasil dedica à Palavra de Deus, fixemos os olhos em Jesus, a Palavra que
ressoa como Boa Notícia.
Jesus não fica na superfície das questões. Seu
ensino não é sobre as regras de boas maneiras numa refeição solene, mas sobre uma
questão fundamental da vida cristã: quem é o maior ou o primeiro, o mais
importante ou notável na vida cristã? Ele começa pela crítica ao orgulho e aos
privilégios e passa à questão dos beneficiários da nossa atenção. Ele conhece o
costume de privilegiar, tanto nas festas quanto nas decisões e projetos
políticos, os familiares, parentes, amigos e vizinhos. Para Jesus, este é um
círculo muito estreito.
Inicialmente, Jesus fala aos hóspedes que estão com
ele à mesa, afirmando que “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se
humilha será exaltado”. Depois, dirige-se ao próprio anfitrião, e questiona sua
expectativa de retribuição, deixando muito claro que orgulho e a busca de
retribuição não batem com o Evangelho. Os cristãos e as igrejas não podem ceder
a honras e vaidades, mas buscar decididamente o lugar reservado aos servidores,
superar a prática de apoiar e defender prioritariamente aqueles/as que a
favorecem.
Jesus inverte a ordem dos grupos e pessoas que
costumam aparecer no topo das nossas listas de convidados, presenças infalíveis
em nossas festas e solenidades: os pobres, aleijados, coxos e cegos devem ser
os primeiros! Jesus não quer estragar nossas festas, mas questionar a
estreiteza das fronteiras que traçamos entre ‘nós’ e ‘eles’, entre os ‘nossos’
e os ‘outros’. Jesus questiona a busca de compensações que rege nossas pequenas
e grandes ações.
Para quem segue o caminho de Jesus, a recompensa é
prometida para ressurreição dos justos. A felicidade que ninguém pode roubar é
aquela que conquistamos entrando pela estreita porta da humildade, da
generosidade e da solidariedade. Enquanto caminhamos nesta direção, não há
honra e alegria maiores que servir, compartilhar sonhos e lutas com aqueles que
normalmente são ejetados para os últimos lugares.
Meditação:
§ Releia
atentamente este ensino de Jesus, reconstituindo a cena e participando
ativamente dela
§ Observe
atentamente a atitude e os pensamentos dos convidados à mesa, e, especialmente,
o olhar e as palavras de Jesus
§ Que
lugar as pessoas mais pobres e com posses limitadas têm em nossos eventos e
projetos?
§ Examine
com sinceridade e profundidade o que motiva aquilo que você faz: a gratuidade
ou a expectativa de retorno?
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