113 | Ano A | 24ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 8,1-3
(22/09/2023)
Os
três versos do evangelho de hoje nos apresentam Jesus anunciando a boa notícia
do Reino de Deus, acompanhado e auxiliado pelo “grupo dos doze” e por um bom
número de mulheres libertadas de um passado de medo e exclusão, beneficiadas
pela misericórdia de Deus em Jesus Cristo. Não se trata de pecadoras no sentido
moral, mas de pessoas que, por motivos diversos, eram tratadas como gente pouco
importante, de segunda categoria.
Que
Jesus admite mulheres como discípulas é algo bastante claro nos evangelhos, mas
também muito inusitado para a cultura daquele tempo. Os pais escolhiam mestres
e educadores para seus filhos, mas não para suas filhas. Por mais importantes
que pudessem ser na dimensão afetiva e da educação dos filhos, as mulheres eram
confinadas ao mundo doméstico. Jesus representa uma novidade e uma ruptura com
os padrões judaicos. A novidade do Reino de Deus gera relações de partilha,
serviço e autonomia.
As
mulheres que acompanham Jesus, nomeadas ou não, não são explicitamente chamadas
de discípulas, mas o são de fato. Elas “caminham atrás de Jesus”, seguem seu
caminho, e aparecem em nível de igualdade com o grupo dos doze! As mulheres
aparecem como servidoras eficazes – como diaconisas! – e são modelos daquilo
que se espera de todo/a discípulo/a missionário/a de Jesus e do Reino de Deus.
O
que congrega e caracteriza este grupo amplo e diversificado de pessoas que
seguem Jesus é a plena dedicação a ele, a disposição de deixar-se educar e
formar na sua “escola”, a dedicação ao anúncio da boa notícia do Reino de Deus
e o testemunho de abertura, acolhida, partilha e irmandade. A novidade de Jesus
se mostra na comunidade que o segue, e esta é uma comunidade sem fronteiras,
que acolhe mulheres e outras categorias de excluídos!
Que belo exemplo, e que provocação
contundente, Jesus faz às nossas igrejas, ainda tão masculinas e resistentes ao
pleno reconhecimento do jeito feminino de viver a missão! E isso deve ser dito
mais incisivamente da nossa velha e amada Igreja Católica, que parece
inamovível nesse ponto. As diferenças entre homem e mulher não pode implicar em
hierarquização e exclusão.
Meditação:
· Você e sua comunidade eclesial têm se
esforçado para reconhecer a plena dignidade das mulheres e não tem impedido que
tenham lugar e importância como os homens?
· Por que a igreja católica ainda não
consegue incluir plenamente as mulheres nos seus ministérios e funções de
direção?
· O que fazer para que a Igreja seja
coerente com Jesus no tratamento inclusivo das mulheres?
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