quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (113)

113 | Ano A | 24ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 8,1-3

(22/09/2023)

Os três versos do evangelho de hoje nos apresentam Jesus anunciando a boa notícia do Reino de Deus, acompanhado e auxiliado pelo “grupo dos doze” e por um bom número de mulheres libertadas de um passado de medo e exclusão, beneficiadas pela misericórdia de Deus em Jesus Cristo. Não se trata de pecadoras no sentido moral, mas de pessoas que, por motivos diversos, eram tratadas como gente pouco importante, de segunda categoria.

Que Jesus admite mulheres como discípulas é algo bastante claro nos evangelhos, mas também muito inusitado para a cultura daquele tempo. Os pais escolhiam mestres e educadores para seus filhos, mas não para suas filhas. Por mais importantes que pudessem ser na dimensão afetiva e da educação dos filhos, as mulheres eram confinadas ao mundo doméstico. Jesus representa uma novidade e uma ruptura com os padrões judaicos. A novidade do Reino de Deus gera relações de partilha, serviço e autonomia.

As mulheres que acompanham Jesus, nomeadas ou não, não são explicitamente chamadas de discípulas, mas o são de fato. Elas “caminham atrás de Jesus”, seguem seu caminho, e aparecem em nível de igualdade com o grupo dos doze! As mulheres aparecem como servidoras eficazes – como diaconisas! – e são modelos daquilo que se espera de todo/a discípulo/a missionário/a de Jesus e do Reino de Deus.

O que congrega e caracteriza este grupo amplo e diversificado de pessoas que seguem Jesus é a plena dedicação a ele, a disposição de deixar-se educar e formar na sua “escola”, a dedicação ao anúncio da boa notícia do Reino de Deus e o testemunho de abertura, acolhida, partilha e irmandade. A novidade de Jesus se mostra na comunidade que o segue, e esta é uma comunidade sem fronteiras, que acolhe mulheres e outras categorias de excluídos!

Que belo exemplo, e que provocação contundente, Jesus faz às nossas igrejas, ainda tão masculinas e resistentes ao pleno reconhecimento do jeito feminino de viver a missão! E isso deve ser dito mais incisivamente da nossa velha e amada Igreja Católica, que parece inamovível nesse ponto. As diferenças entre homem e mulher não pode implicar em hierarquização e exclusão.

 

Meditação:

·      Você e sua comunidade eclesial têm se esforçado para reconhecer a plena dignidade das mulheres e não tem impedido que tenham lugar e importância como os homens?

·      Por que a igreja católica ainda não consegue incluir plenamente as mulheres nos seus ministérios e funções de direção?

·      O que fazer para que a Igreja seja coerente com Jesus no tratamento inclusivo das mulheres?

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