109 | Ano A | 24ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 7,1-10
(18/09/2023)
Depois do “sermão
da planície”, que dirigiu aos discípulos e ao povo em geral, Jesus se dirige a
Cafarnaum. O trecho anterior sublinhava a importância de ouvir, acolher e praticar
a Palavra de Deus, e esse novo episódio mostra como um oficial do exército
romano, mesmo sendo de origem pagã, constrói sua vida sobre o alicerce da confiança
Palavra de Deus. A escuta atenta da Palavra é a condição para reconhecer e
acolher a ação libertadora de Jesus.
A chegada de
Jesus em cafarnaum suscita esperança num oficial do exército romano. Ele
certamente já ouvira falar da pregação e da prática de Jesus, e isso o encoraja
a enviar um grupo de mensageiros implorando ajuda por seu filho doente, que
corria risco de vida. Os anciãos judeus levam a sério o pedido, e, diante de
Jesus, argumentam que o oficial merece atenção, pois, mesmo sendo pagão, temia
a Deus e havia patrocinado a construção de uma sinagoga.
Mesmo com alguma
reticência, Jesus se dirige à casa do oficial romano, acompanhado pelos
discípulos e pelos anciãos hebreus. Mas, antes que pudesse chegar ao seu
destino, o centurião envia outro grupo de mensageiros, pedindo que Jesus não se
incomode e não corra o risco que o contato com um pagão significa. Diversamente
daquilo que disseram os anciãos, o oficial não se vê digno de receber a visita
de Jesus, que ele reconhece como Senhor.
O que teria
mudado na cabeça daquele homem? Como explicar essas mensagens contraditórias?
Na verdade, não há mudança, nem contradição. Com essa cena Lucas quer sublinhar
a plena confiança do chefe romano na Palavra de Jesus. Ele crê que mesmo uma
pequena palavra é suficiente para salvar, e que ele pode até curar à distância,
sem dizer e sem fazer nada. E exemplifica isso a partir da sua experiência como
chefe de soldados.
Jesus fica muito
admirado diante da fé confiante daquele homem, e não deixa de impressionar que
a cura acontece sem uma palavra e sem uma ação direta e presencial de Jesus.
Este episódio adquire feições de verificação da fé professada, e possibilita que
Jesus apresente seu projeto também aos pagãos.
Meditação:
· Releia o texto, contemplando atentamente a
cena, os personagens, os pedidos, as respostas, os ensinamentos
· Os anciãos insistiram com Jesus afirmando que
o oficial, mesmo sendo pagão, “merecia” a cura do empregado, pois ajudava os
judeus: você acha que Deus nos trata conforme merecemos?
· Deus considera nossos méritos ou nossa
abertura e confiança nele e na sua Palavra? Ele aprecia mais os sacrifícios que
a misericórdia?
· Somos capazes de reconhecer os sinais de amor
na vida de pessoas que não acreditam em Jesus ou se confessam ateias?
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